Só há um tempo em que é fundamental despertar. Esse tempo é
agora! Seguindo os mandamentos de Buda e marcando a estreia dos cineastas Chad
Stahelski e David Leitch como diretores principais de um longa-metragem, De Volta ao Jogo é um filme honesto no
que se propõe: ser um filme de ação com ótimas sequências tendo uma cobertura considerável
de clichês. Para assumir o papel do protagonista intransponível, foi chamado o
antigo Neo, Keanu Reeves, que por incrível que pareça, encaixou como uma luva
no papel.
Na trama, após a morte precoce da esposa, o pacato John Wick
(Keanu Reeves) vive dias dolorosos em uma grande mansão longe dos agitados de
uma Nova York dominada pelos bandidos. Aposentado da profissão de assassino a bastante
tempo, resolve voltar à ativa quando sofre uma violência gratuita de um novo
bando de bandidos que acabam despertando sua fúria.
O protagonista da história é um homem sem expressão que
transpira violência de acordo com sua frieza cotidiana. O fato do personagem
não possuir traços, nem expressões, apenas executar as habilidades que possui
tornam o papel perfeito para Reeves. John Wick lida com as emoções de maneira
desleixada, talvez fruto de sua ex-profissão, conseguimos identificar isso na
sequência em que fica abalado quando seu cachorrinho sofre uma violência
desnecessária de bandidos. É um personagem um pouco atípico em filmes de ação,
é um invencível triste, seu carisma chega ao público de formas diferenciadas.
Para quem curte filmes de ação, De Volta ao Jogo deve agradar logo de cara. As ótimas conduções de
câmera feitas pela dupla de diretores tornam cada sequência especial. Os
clichês, que sempre incomodam, aplicados nessa história acabam gerando diversas
reações do público. Mesmo tendo uns ajustes diferenciados, é o famoso cinema
pipoca entrando em ação. Mal ou bem, a fórmula é a mesma. Até o desfecho da
história você já deve saber antes mesmo do filme começar. De qualquer forma, o
filme possui seus méritos e uma boa atuação de Reeves.