O casamento deve combater incessantemente um monstro que
devora tudo: o hábito! Chegou aos
cinemas norte-americanos em agosto deste ano, um dos filmes mais diferentes de 2014, The One I Love. Debutando na cadeira
de diretor de cinema, o trabalho dirigido por Charlie McDowell possui um dos
roteiros mais loucos do ano, assinado por Justin Lader. Mas isso não é uma
coisa ruim. Ao longo dos curtos 91 minutos de fita, consegue com criatividade e
um toque de absurdos apresentar argumentos sólidos sobre a teoria do matrimônio.
É uma bela visão sobre variáveis constantes que vemos na vida real quando
pensamos ou ouvimos sobre casamentos.
Na trama, um casal em grave crise, resolve, após sugestão do
seu misterioso psicólogo, embarcar em uma viagem para passar o tempo longe da
cidade grande, em uma casa confortável, para ver se a relação deles engrena
novamente. Chegando nesse agradável lugar, logo na primeira noite percebem que
há algo muito estranho nesse lugar. Assim, descobrem o inusitado: Versões
melhoradas deles vivem na casa de hóspedes! Assim, com vários diálogos interessantes,
e situações peculiares, o casal tenta redescobrir o amor.
Uma das dezenas de peculiaridades da história é a presentar
uma profunda abordagem, mesmo parecendo impossível na vida real, sobre as
dificuldades de estar junto com alguém. Se desdobrando em dois papéis, os
atores Mark Duplass e Elisabeth Moss conseguem deixar a trama com cara de
suspense e aproximando o público de cada segundo do que vemos em cena.
Infelizmente, mesmo tendo feito sucesso em alguns festivais
que participou neste ano mundo à fora, The
One I Love, não deve chegar aos cinemas brasileiros. Muitos distribuidores,
lamentavelmente, se agarram ano após ano em determinados estereótipos de filmes
e raramente dão oportunidades a histórias originais protagonizados por artistas
desconhecidos aqui no Brasil. Esse curioso trabalho, foge muito dessa proposta
do mercado de distribuição brasileiro. A esperança para nós cinéfilos, que
merecemos a oportunidade de conferir sempre um bom filme numa telona, é que o
filme chegue nas locadoras que ainda restam.