O universo tem o tamanho do nosso mundo. Que tamanho tem o nosso
mundo? Tem o tamanho dos nossos sonhos. Depois de dirigir alguns trabalhos
pouco vistos aqui no Brasil, como o excelente documentário O Equilibrista, o diretor made in “terra da Rainha” James Marsh
topou o maior desafio de sua carreira, contar uma parte da vida do mundialmente
famoso cosmólogo e físico britânico Stephen Hawking. Totalmente baseado no
livro escrito pela primeira esposa de Stephen , Jane Hawking, Travelling to Infinity: My Life with
Stephen, o roteiro do filme tem a assinatura de Anthony McCarten e deve
emocionar a muitos cinéfilos mundo à fora, principalmente pelas espetaculares
atuações de Eddie Redmayne e Felicity Jones, ambos, cotadíssimos para o próximo
Oscar.
Na trama, conhecemos já na fase do doutorado o brilhante
estudante Stephen Hawking (Eddie Redmayne), um homem pacato, com um senso de
humor afiado, que adora leitura sobre xadrez e ouvir música clássica. Certo
dia, em uma comemoração na faculdade que estudava, conhece a bela Jane (Felicity
Jones), uma estudante por quem se apaixona intensamente. Tudo ia bem na vida do
jovem casal até que Hawking é diagnosticado com uma rara doença do Neurônio
Motor que o faz ao longo de um curto período perder todos os movimentos do
corpo, até a fala. Assim, combatendo todo tipo de limitação, a brilhante mente
irá provar que o viver é um dos grandes mistérios do universo.
Que tamanho tem o universo? Hawking se dedicou durante anos
em sua famosa teoria sobre os buracos negros, sua família, seus amigos e todos
que estiveram por perto tiveram influência nessa grande descoberta. O
longa-metragem mostra bem toda essa relação, que começa em casa , com os grandes
cuidados que Jane tinha com ele, depois acompanhamos melhor sua relação com seus
pais que sempre estavam com um pé atrás parecendo estar preparados sempre para
o pior, as inúmeras idas a sua faculdade para debates, teses e aulas com outros
renomados cientistas. A Teoria de Tudo consegue,
ao longo dos 123 minutos de fita, apresentar ao público um leque de argumentos
que preencheram a personalidade desse notório ser humano.
Quando o filme entra a fundo nos contornos e dramas familiares,
além das dificuldades que, principalmente, Jane passa com 3 filhos e um marido com
problemas motores, a qualidade da fita eleva-se de uma maneira que comove. Os
responsáveis por isso são Eddie Redmayne e Felicity Jones. O primeiro mostra
uma dedicação de Pacino para um papel extremamente difícil que requer muito
esforço do ator, merece ser indicado ao Oscar por esse papel, absurdamente
detalhista para que tudo saísse o mais perfeito possível, uma impressionante
atuação. Já a segunda, consegue transmitir uma força emocional gigantesca com
sua personagem, na expressão, na fala mansa, nos gestos, no olhar. Faz com que
o público julgue sua personagem, apresenta Jane Hawking com uma transparência
tão verdadeira que sofremos junto com ela em cada cena difícil. Felicity Jones
tem um real chance de ser a ganhadora do próxima Oscar de melhor atriz.
A Teoria de Tudo
estreia dia 22 de janeiro de 2015 e vai se tornar um filme inesquecível para
muita gente, tem o poder da física e da emoção em uma equação que você não pode
deixar de tentar decifrar! Bravo!