Produzido pelo astro do Rock, Mick Jagger, que tem sua
famosa banda mencionada em um contexto deste trabalho, Get on up, ou na tradução James
Brown, é uma quase emocionante homenagem a um ícone artista norte-americano
mas um filme apenas mediano. O roteiro assinado por Jez Butterworth e John-Henry
Butterworth tem diversas falhas principalmente quando começam a brincar com a
linha temporal, mostrando flashbacks da ascensão do protagonista e deixando de
lado uma construção mais profunda da personalidade forte que tinha um dos
grandes reis dos palcos americanos das últimas décadas. De ponto positivo, a
intensa interpretação/doação do bom ator Chadwick Boseman que dá vida ao
protagonista. Como um todo, o filme termina deixando um gostinho de que poderia
oferecer mais ao público.
Na trama, acompanhamos a trajetória de vida do futuro músico
de sucesso James Joseph Brown Jr, o James Brown, um dos únicos artistas do
planeta a vender mais de 100 milhões de cópias em toda sua carreira. Nesse trabalho,
dirigido por Tate Taylor (Histórias
Cruzadas), acompanhamos muitas fases da conturbada vida do protagonista,
desde sua infância extremamente pobre na Carolina do Sul, passando pelo
estrondoso sucesso nas décadas de 50, 60 e 70, até a decadência de sua
carreira.
O rei do Soul, como era conhecido Brown, teve uma infância
complicada. Filho de uma mãe que abandonou a família e um pai que não queria cuidar
dele, acabou tendo que viver na casa de uma tia. Esteve preso durante um
período e lá conseguiu encontrar outros músicos e assim montar uma primeira
banda chamada The Famous Flames. Porém, sua voz e seu carisma eram
preponderantes e James Brown acabou tendo que ficar mais em evidência o que
gerou mal estar com os outros integrantes da banda. Essa parte no filme é
mostrada de maneira rápida mas objetiva.
Os conflitos pessoais que levaram James Brown a ter uma vida
até certo ponto mais difícil se dão ao fato de ter uma personalidade
extremamente forte, o que o deixava em evidência e em conflito a todo instante.
A sua genialidade era posta em prática durante as gravações, as ideias
magníficas para os shows e com seu gingado que até hoje recebe adeptos mundo à
fora. A atuação de Chadwick Boseman é louvável se doa ao máximo para mostrar
cada detalhe desse furacão que era James Brown por mais que o roteiro não o
ajude o tempo todo. Talvez falte um pouco mais de profundidade ao roteiro para
entendermos melhor o homenageado, em certos pontos do filme não conseguimos
interagir com a história, deixando o público até certo ponto decepcionado.