Dirigido pela cineasta holandesa Paula van der Oest, A Acusada é um daqueles impactantes
filmes de tribunal onde a cada sequência vamos tendo novas argumentações, e,
segredos são revelados. Com uma atuação beirando ao espetacular da experiente
atriz Ariane Schluter, o longa-metragem (indicado pela Holanda ao Último Oscar
na categoria Melhor Filme Estrangeiro) cria um clima de tensão profundo ao
longo desses seus objetivos minutos de projeção.
Na trama, somos convidados a explorar a história da
enfermeira Lucia de Berk (Ariane Schluter) uma mulher condenada à prisão
perpétua em 2003 pela morte de sete pacientes. Ao longo da trama, vamos
descobrindo segredos sobre o controverso processo de acusação feito pela
promotoria, apenas baseado em dados estatísticos contra a réu. Sempre alegando
ser inocente e sendo tratada como uma das maiores assassinas da história da
Holanda, Lucia de Berk precisou enfrentar a desconfiança de quase todos para
poder provar sua inocência.
O filme muda sua perspectiva a cada instante, consegue ser
dinâmico e muito denso ao mesmo tempo. É extremamente fiel a seu intuito e
revelador na arte de apresentar seus segredos ao espectador. Após a apresentação
dos personagens, um enorme dilema jurídico é instaurado no filme. Nessa parte é
que a fita cresce bastante, deixando até leigos em direito com enorme interesse
em saber as conclusões desta forte história.
A atuação da atriz Ariane Schluter é avultada, compõe sua
personagem de maneira cravejada, buscando o tempo todo transmitir suas
angústias, medos e incertezas ao público. Ao longo dessa singular jornada,
tiramos muitas conclusões da enfermeira Lucia de Berk. Ficamos com raiva e de
repente estamos indignados. O roteiro, escrito por Moniek Kramer e Tijs van
Marle merecem todos os méritos por esse conflito de conclusões.
A Acusada (Lucia de
B.) estreia no mês de novembro nos cinemas brasileiros e, além de
fundamental para todos os professores, estudantes e interessados em direito, é um
filme que muita gente deve gostar bastante.