Poeta muitas vezes não é perfeito, é apenas um eterno sonhador
solitário. Filme de abertura do Festival do Rio 2015, Chico - Artista Brasileiro é um documentário muito criativo mas que
usa da simplicidade para contar a história de um ídolo brasileiro, da música e
literatura, de maneira leve, divertida e com aquela pitadinha de surpresa que
faz muito bem aos olhos cinéfilos. O projeto tem tudo para fazer um grande
sucesso quando entrar em cartaz no circuito comercial, no dia 26 de novembro.
Neste belo trabalho do cinema nacional, acompanhamos um
pouco da vida de Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido por Chico
Buarque. Ao longo de 110 minutos de projeção, o diretor Miguel Faria Jr. ,
organiza com maestria os interessantes depoimentos de Chico e muitos amigos que
o cercaram ao longo de toda sua vida. Para ser aquela cerejinha do bolo, um
competente grupo de artistas brasileiros prestam uma homenagem ao grande ídolo,
cantando, cada um no seu swing, as canções de Chico que ganharam os corações e
ouvidos brasileiros durante todo esse tempo de carreira.
O filme foge de qualquer tipo de polêmica. É quase uma
conversa de bar entre amigos. A naturalidade com que Chico vai contando suas
histórias aproxima muito o público de cada sequência, além de músico e
escritor, o autor de a Banda, entre outros inúmeros sucessos, é um grande
contador de histórias. Como não rir de suas aventuras intelectuais com Vinícius
e Tom no Rio de Janeiro? Como não se emocionar com a incrível história de um
irmão alemão que ele tinha e que acabou criando um intenso desejo de conhecer.
Como não ficar impactado com inúmeros artistas maravilhosos cantando suas
canções entre um papo e outro?
O documentário não é só um bate papo sobre música, livros e
assuntos pessoais. Quando fala sobre futebol, Chico gera risos contínuos na platéia,
principalmente nos episódios em que foi jogar uma partida de futebol organizada
pelo ex-jogador Figo e quando vemos um depoimento de um amigo que era juiz em
uma pelada organizada pelo cantor. Entre inúmeras histórias, é difícil escolher
uma preferida, o público não tira os olhos da tela um instante. É Chico... hoje
você é quem manda: Falou, tá falado!