A vida é a soma das suas escolhas. Dirigido pela dupla Filipe
Matzembacher e Marcio Reolon, uma das produções mais aguardadas do cinema
brasileiro este ano é o tipo de filme que se você assistir antes de ler a
sinopse, fica com sérias dificuldades de entender sobre o que é a história.
Aquele famoso lema cinéfilo que você precisa se convencer da história nos
primeiros 15 minutos, nesse filme ocorre diferente. Beira-Mar é uma história sobre amizade, revelações e escolhas.
Muito bem dirigido, possui diálogos abertos, diretos, honestos, mas que acabam não sendo tão objetivos por
conta dos dois primeiros atos, mesmo que nesse caminho chegue a um brilhante
terceiro ato.
Na trama, acompanhamos o jovem Martin (Mateus Almada) que
faz uma viagem ao litoral do Rio Grande do Sul para visitar parentes que não
conhecia e leva com ele o seu melhor amigo Tomaz (Maurício José Barcellos).
Após resolverem questões relacionadas a família do primeiro, os dois
personagens isolam-se em uma linda e bela casa na beira da praia.
Beira-Mar é um
pequeno retrato da juventude, seus prazeres, suas escolhas. Nada além do que já
não foi dito, ou explorado em outras produções. O filme possui boas atuações
com grande dedicação e descoberta dos personagens, principalmente por sua dupla
de protagonistas. Mas a história parece que congela na mesmice e sem conseguir
encontrar o ritmo de interação certeiro com o espectador.
Quando nossa ótica se prende às questões das descobertas e
finalmente entendemos melhor os personagens, o longa-metragem selecionado para
o prestigiado Festival de Berlim cresce muito na tela. No ato final, como já
mencionado na introdução, o filme parece que se encontra, seus últimos minutos
são dedicados delicadamente a um grande conflito de emoções que transbordam na
telona. Pena que esse belo clímax chegue muito tarde no sempre velho mas
valioso objetivo em segurar a atenção do público.