A insanidade em busca de uma certa redenção. Existe filmes
que conseguem provocar uma grande atmosfera, um clima tenso mesmo que seu
roteiro passe longe da perfeição. Com enigmáticos personagens praticamente
escondidos em um hotel peculiar no meio do nada, Maus Momentos no Hotel Royale é um suspense insano, repleto de
figuras complexas, cada qual com seu objetivo. Ao longo das quase duas horas e
meia de projeção, somos testemunhas de atos violentos, peças que vão se
juntando aos poucos em um tabuleiro macabro de ganância e egoísmo.
Na trama, ambientada décadas atrás, conhecemos sete figuras
desconhecidas que acabam indo parar no mesmo hotel em um certo dia. Cada um
deles tem muita coisa a esconder e acaba parando nesse lugar, alguns por acaso
e outros com a direção correta, para ir atrás do seus respectivos objetivos.
Mas, por armadilha do destino, esses complicados personagens acabam invadindo
os objetivos uns dos outros, transformando uma noite em uma batalha pela
sobrevivência, onde não existe o bem nem o mal.
Segundo longa dirigido pelo cineasta Drew Goddard, o primeiro foi O
Segredo da Cabana, Bad Times at the
El Royale, no original, é um thriller instigante mesmo que seu roteiro se
prolongue em alguns atos e deixando apenas migalhas na compreensão de alguns
dos objetivos de seus enigmáticos visitantes do hotel royale. A direção é
extremamente competente, elegante, mostra a violência nua e crua através dos
atos de seus personagens, que possui a interseção de não terem nada a perder. Jeff Bridges, Dakota Johnson, Jon Hamm,
Chris Hemsworth e até mesmo o genial menino prodígio da direção Xavier Dolan estão no ótimo elenco.
Mesmo com esses bons nomes do atual cinema mundial, quem se destaca é a atriz
britânica Cynthia Erivo (que você
pode assistir no ótimo Viúvas), sua
personagem rouba a cena em muitos momentos.
Mesmo com muitos pontos positivos, mas após ter uma recepção
fraca nas bilheterias norte-americanas, Maus
Momentos no Hotel Royale, teve sua estreia nos cinemas, primeiro adiada,
depois cancelada no Brasil. Para um filme chegar no concorrido circuito
exibidor brasileiro, concorrido porque temos pouquíssimas salas pelo tamanho de
nosso imenso país, algumas distribuidoras fazem grandes análises para saber se
vale a pena entrar ou não com o filme no circuito. Uma pena, esse filme merecia
pelo menos uma chance.