Uma das grandes graças do maracanã, a alegria do povo, uma
história que infelizmente só iremos ver nos registros e nos depoimentos
apaixonados pelo mundo da bola. Dirigido por Pedro Asbeg e Renato Martins, o
longa-metragem Geraldinos presta uma
homenagem ao grupo de torcedores mais famosos de um estádio de futebol
brasileiro. Com imagens históricas de uma época em que o torcedor podia acompanhar
seus ídolos de pertinho, o filme navega por depoimentos e imagens marcantes de
um época que bate saudade.
Geraldinos
investe forte na lógica de preencher seu espaço até virar um longa-metragem com
imagens interessantes que compõem uma narrativa saudosa e simpática. Já no
segundo arco, o projeto vai a fundo na questão do extermínio da geral. Antigamente,
desde a década de 50, o maraca era uma grande arena da democracia, ingressos a
preços populares que reunia todas as classes sociais em volta de um jogo. Após
a entrada de empresas, todo o processo polêmico de privatização, no comando
deste patrimônio cultural a cidade, tudo aquilo que existia se foi, mesmo
sabendo que a cultura que o futebol representa é maior que qualquer empresa
privada.
Com depoimentos de grandes ex-jogadores e competentes jornalistas
esportivos cariocas como Apolinho, o galinho Zico, o baixinho Romário, Lúcio de
Castro vamos percebendo a tristeza nas falas por conta do extermínio de um
ponto do mais conhecido estádio do planeta que nunca poderia ter se
encerrado. Chegamos a conclusão que é
uma derrota de um projeto de cidade, a eletização dos espetáculos da cidade de
alguma maneira reflete em um maracanã mais fraco, que é para alguns e não para
todos.