Às vezes a gente pensa que está fazendo comédia mas na
verdade está fazendo bobagens sem tamanho. O novo projeto da atriz e comediante
Melissa McCarthy, A Chefa, é um
longa metragem, de inacabáveis 100 minutos, que tenta ser comédia e fracassa,
tenta ter momentos de ação e fracassa. Reunindo o número recorde de cenas sem
noção do ano (até aqui, nunca sabemos o que acontecerá no próximo filme do
Nicolas Cage), o filme, que estreia em agosto no circuito brasileiro, é um show
de palhaçadas onde esquecem da trama a todo instante. Um dos filmes mais
ridículos do ano, sem dúvidas.
Na trama, conhecemos a empresária de sucesso Michelle
Darnell (Melissa Mccarthy), uma mulher fútil e odiada por todos ao seu redor,
exceto por Claire (Kristen Bell), seu braço direito. Certo dia é enviada para a
prisão ao negociar informações confidenciais do mercado e passa meses em
reclusão. Ao sair, tenta se reerguer aos poucos comandando um empreendimento a
partir de deliciosos doces feitos por Claire, porém ainda precisa amadurecer e
entender o valor da amizade e da família para ter sucesso.
O projeto, escrito e dirigido pelo marido de Melissa, Ben
Falcone, perdeu uma grande chance de falar com eficácia sobre o poder do
empreendedorismo e fortalecer debates convincentes sobre o poder da família na
vida de todos nós. Ao invés disso, e indo em uma direção totalmente contrária,
o longa metragem, além de ser uma enorme perda de tempo, pega pesado demais em
determinadas cenas. Tentando ser engraçadinho, esqueceram de puxar o freio de
mão e a lambança correu solta. Na ganância de modelar a história de acordo com
o que vende, tudo vai por água abaixo com diálogos ridículos e uma trama bem
abaixo da média. Framboesa é pouco.
Saber que esse filme vai estrear no circuito e tirar a
chance de exibição de inúmeros projetos maravilhosos que nunca ganharão espaço
nos cinemas daqui é de cortar o coração de qualquer pessoa que ame a sétima
arte.