Produzido pela turma do sucesso francês Intocáveis (2011), A
Incrível Jornada de Jacqueline é o tipo de filme água com açúcar que
diverte sem tentar ser nada mais que isso. Essa honestidade do roteiro é
louvável, toca em pontos polêmicos apenas na sua superfície e sempre fazendo
alguma graça da situação. O carisma do protagonista Fatah (Fatsah Bouyahmed)
acaba sendo o grande chamariz da história, que agrada por sua leveza
principalmente.
Na trama, conhecemos o argelino Farah (Fatsah Bouyahmed), um
fazendeiro de origem humilde que mora em um vilarejo na Argélia. Seu sonho
sempre foi poder participar da Feira de Agricultura que acontece em Paris ao
lado de sua inseparável Vaca Jacqueline. Quando enfim consegue o tão sonho
convite para comparecer a feira, o vilarejo se solidariza e o ajuda a arcar com
os custos financeiros de uma incrível viagem, grande parte dela feita a pé
pelas ruas da França. Assim, Farah encontrará pessoas pelo caminho que o
ajudarão a ir de encontro com seu grande sonho.
A história é bem simples, um roteiro modelado bem
claramente. Se embasa no sonho e constrói da aventura a forma como conseguir o
objetivo do personagem principal. Parece às vezes um show de esquetes, um stand
up comedy à céu aberto mas a história tem um certo sentido como longa metragem
e o diretor Mohamed Hamidi consegue captar muito bem a essência do seu
protagonista que exala alegria, ingenuidade, humildade e esperança. Talvez, os
coadjuvantes que vão aparecendo ao longo desse incrível percurso de Farah e
Jacque, merecessem também mais desenvolvimento como os bons personagens Hassan
(Jamel Debbouze) e Philippe (Lambert Wilson). Mas o filme passa na média por
conta do bom divertimento que causa.
A Incrível Jornada de
Jacqueline , que não deixa de ser também uma grande homenagem ao clássico A Vaca e o Prisioneiro (mencionado no
filme) de Henri Verneuil, teve uma
passagem relâmpago pelo circuito brasileiro de cinemas. Se você encontrar ele
por aí, pode assistir que é garantia certa de boas risadas.