Na adolescência tudo parece o fim do mundo, mais é apenas o
começo. Escrito e dirigido pela estreante em direção de longas metragens Kelly
Fremon Craig, Quase 18 é uma grande aventura na estrada sempre complicada da adolescência.
Diferente de outros longas com o tema que não conseguem reunir um grupo de
situações/argumentos interessantes, Quase 18 navega com muita sabedoria e
honestidade nessas águas conturbadas dessa fase da vida. O elenco é de
primeira, encabeçado pela jovem veterana Hailee Steinfeld e com coadjuvantes de
peso como os ótimos Woody Harrelson e Kyra Sedgwick.
Na trama, conhecemos a ‘aborrecente’ Nadine (Hailee
Steinfeld), uma jovem com diversas dificuldades em se socializar com pessoas de
sua idade que acaba perdendo seu pai, um dos seus únicos portos seguros. Sua
relação com sua mãe Mona (Kyra Sedgwick) e seu irmão Darian (Blake Jenner)
sempre foi complicada e as coisas só pioram quando uma de suas poucas amigas
Krista (Haley Lu Richardson) acaba se apaixonando pelo seu irmão. Assim, ao
longo dos conflituosos dias, Nadine terá que viver situações para chegar ao
verdadeiro entendimento sobre os valores da vida, para isso contará com a ajuda
inusitada de seu professor Mr. Brunner (Woody Harrelson).
O roteiro, escrito pela diretora, é excelente. Passamos em
cerca 105 minutos por algumas fases da vida da protagonista, uma adolescente
rebelde que mantém um relacionamento extremamente difícil com sua família. No
primeiro arco, vemos uma fase pré adolescente que, de maneira bem rápida, nos
ajudar a compor as principais características e modo de pensar da personagem. O
desespero fica maior quando sua melhor amiga, e praticamente única, já na fase
de high school, acaba se apaixonando por seu irmão e resolve optar pela
distância e embarcando em uma fase de novas descobertas e abrindo os olhos para
pessoas que já conhecia mas não conseguia enxergar. O professor Brunner, acaba
chegando como um amigo, fazendo um papel parecido com um pai tentando dar bons
conselhos e usando, muitas vezes, a mesma linguagem da personagem, é a memória
do pai, seu maior porto seguro, que o professor acaba personificando aos olhos
da jovem.
Quase 18, tinha
tudo para ser mais um enlatado norte americano esquecível mas logo nos
primeiros minutos vamos percebendo que esse filme seria uma das gratas
surpresas do circuito esse ano. Não percam esse filme!