A vida é a perda lenta de tudo o que amamos. Falando sobre
os conflitos da dor e da perda, o cineasta Juan Zapata percorre os caminhos da
alma para falar sobre uma mulher que tem seu mundo devastado quando o grande
amor vai embora. O Cinema tem essa magia de se tele transportar, da alma para a
tela. E o caminho inverso é o mesmo. Para
Sempre cumpre muito bem sua investigação com leveza e objetividade ao longos dos curtinhos 71 minutos de
projeção. A fotografia e a trilha sonora também merecem elogios, bons destaques
no projeto.
Na trama, conhecemos a brasileira Alice (Daniela Escobar)
uma mulher que vive amargurada após um trauma recente ter consumido sua vida e
memórias ao lado de seu grande amor. Ao longo dos curtos minutos de projeção
vamos vendo como a protagonista lida com essa dor profunda e suas novas
descobertas que chegam para tentar dar uma luz nos seus sentimentos vitais.
A dor da perda e a necessidade de conseguir seguir em
frente. Através do olhar investigativo de Zapata sobre a alma, suas raízes e a
dor da perda vamos sendo envolvidos nesse pequeno conto de um cotidiano sempre
em conflito. A protagonista se descontrói e novamente se constrói tendo nossos
olhos atentos como testemunha. A sensibilidade como o tema é tratado tem
diversas camadas profundas e fazemos paralelos com lembranças de nossa vida no
mundo real.
Em breve em algumas salas de cinema de todo o Brasil, Para Sempre (Another Forever) poderia
muito bem ser um episódio de um seriado sobre a forte protagonista. Esse
recorte em forma de película deixa um gostinho de quero mais.