Que o teu orgulho e objetivo consistam em pôr no teu
trabalho algo que se assemelhe a um milagre. Dirigido pelo experiente cineasta
espanhol Beda Docampo Feijóo, Papa
Francisco – Conquistando Corações conta em vários recortes parte da
trajetória e o modo de pensar de Jorge Mario Bergoglio (interpretado
brilhantemente pelo sempre ótimo ator argentino Darío Grandinetti), o 266.º
Papa da Igreja Católica e atual Chefe de Estado do Vaticano, talvez, o papa
mais querido da história. O filme possui uma direção competente e um roteiro
corajoso que vai da fé à política usando como palco central à telona, consegue
com louvor mostrar que o cinema é uma linguagem universal, que une diversos
modos de pensar, não importa sua religião.
Na linda história, baseada no livro Francisco: Vida y Revolucion,
de Elisabetta Pique, conhecemos Jorge Mario Bergoglio (Darío Grandinetti), ou
como gosta de ser chamado até hoje, o Padre Jorge. Somos testemunhas de sua
trajetória desde o início de seu desejo em se tornar padre e todas as
dificuldades que enfrentou como Arcebispo em Buenos Aires. Conflitos que vão
desde o enfrentamento da ditadura militar na Argentina até a luta pelos que
moram em bairros pobres em sua cidade de coração. Padre Jorge sempre seguiu
seus instintos e nunca teve medo de ameaças, assim, chegou à reunião do sacro
colégio de cardeais, convocado para eleger um novo pontífice (conclave) em meio
a uma batalha não comentada entre os conservadores e o progressistas, se
tornando Papa Francisco, sucedendo o Papa Bento XVI, que abdicou ao papado em
28 de fevereiro de 2013. Uma jornalista chamada Ana (Silvia Abascal) acompanha
essa trajetória por meio de entrevistas e coberturas sobre a votação do novo
Papa.
Por meio de longas e curtas passagens de tempo, conhecemos melhor
Jorge, suas dúvidas, seus conflitos, o modo sozinho com que passava grande
parte do seu tempo. Na adolescência, abdicou de um desejo da mãe para ser
médico para entrar de vez no estudo religioso. Passando por várias fases
políticas conflituosas de uma Argentina sufocada por corrupções e violência por
todos os lados, se tornou Arcebisco de Buenos Aires e assim conheceu mais ainda
seu povo e muitos países, sempre com sua humildade, marca forte de sua
personalidade.
Cheio de frases de feito, o protagonista é uma figura emblemática
para todos que acreditam em sua fé. De acordo com esse pensamento, a jornalista
embutida na história representa muitos olhos de todos nós, instigados por
histórias de superação e coragem que nos fazem acreditar em um mundo melhor a
cada dia. Se essa jornalista existiu ou não, não sabemos, o importante é que
ela se torna uma grande interseção com as verdades do mundo real.
Histórias que refletem a realidade e conseguem objetivos que
mexem com a nossa maneira de pensar e sentir o mundo em que vivemos merecem ser
conferidas.