07/03/2017

Crítica do filme: 'Papa Francisco – Conquistando Corações'

Que o teu orgulho e objetivo consistam em pôr no teu trabalho algo que se assemelhe a um milagre. Dirigido pelo experiente cineasta espanhol Beda Docampo Feijóo, Papa Francisco – Conquistando Corações conta em vários recortes parte da trajetória e o modo de pensar de Jorge Mario Bergoglio (interpretado brilhantemente pelo sempre ótimo ator argentino Darío Grandinetti), o 266.º Papa da Igreja Católica e atual Chefe de Estado do Vaticano, talvez, o papa mais querido da história. O filme possui uma direção competente e um roteiro corajoso que vai da fé à política usando como palco central à telona, consegue com louvor mostrar que o cinema é uma linguagem universal, que une diversos modos de pensar, não importa sua religião.

Na linda história, baseada no livro Francisco: Vida y Revolucion, de Elisabetta Pique, conhecemos Jorge Mario Bergoglio (Darío Grandinetti), ou como gosta de ser chamado até hoje, o Padre Jorge. Somos testemunhas de sua trajetória desde o início de seu desejo em se tornar padre e todas as dificuldades que enfrentou como Arcebispo em Buenos Aires. Conflitos que vão desde o enfrentamento da ditadura militar na Argentina até a luta pelos que moram em bairros pobres em sua cidade de coração. Padre Jorge sempre seguiu seus instintos e nunca teve medo de ameaças, assim, chegou à reunião do sacro colégio de cardeais, convocado para eleger um novo pontífice (conclave) em meio a uma batalha não comentada entre os conservadores e o progressistas, se tornando Papa Francisco, sucedendo o Papa Bento XVI, que abdicou ao papado em 28 de fevereiro de 2013. Uma jornalista chamada Ana (Silvia Abascal) acompanha essa trajetória por meio de entrevistas e coberturas sobre a votação do novo Papa.

Por meio de longas e curtas passagens de tempo, conhecemos melhor Jorge, suas dúvidas, seus conflitos, o modo sozinho com que passava grande parte do seu tempo. Na adolescência, abdicou de um desejo da mãe para ser médico para entrar de vez no estudo religioso. Passando por várias fases políticas conflituosas de uma Argentina sufocada por corrupções e violência por todos os lados, se tornou Arcebisco de Buenos Aires e assim conheceu mais ainda seu povo e muitos países, sempre com sua humildade, marca forte de sua personalidade.

Cheio de frases de feito, o protagonista é uma figura emblemática para todos que acreditam em sua fé. De acordo com esse pensamento, a jornalista embutida na história representa muitos olhos de todos nós, instigados por histórias de superação e coragem que nos fazem acreditar em um mundo melhor a cada dia. Se essa jornalista existiu ou não, não sabemos, o importante é que ela se torna uma grande interseção com as verdades do mundo real.


Histórias que refletem a realidade e conseguem objetivos que mexem com a nossa maneira de pensar e sentir o mundo em que vivemos merecem ser conferidas.