A amizade é um amor que nunca morre. Falando sobre os
horrores da maior guerra que esse mundo já viu na visão de um grupo de
crianças, A Viagem de Fanny é mais um
recorte sobre a caçada nazista aos judeus em uma época onde confiar era muito
difícil tamanho o medo que a população das cidades ocupadas pelas tropas
alemães tinham. Baseado na obra Le Voyage
de Fanny - L'Histoire Vraie d'une Jeune Fille au Destin Hors du Commun, um
livro de memórias da protagonista dessa saga pela sobrevivência, a cineasta
francesa Lola Doillon percorre o caminho das emoções de maneira doce sem deixar
de mostrar as realidades dessa jornada.
Na trama, ambientado na década de 40 na França, e baseada em
fatos reais, conhecemos a jovem Fanny (Léonie Souchaud) uma menina corajosa e
teimosa que vive com as irmãs em um lar repleto de outras crianças judias. Na
França, durante a segunda guerra, judeus confiavam seus filhos a diversas instituições
encarregadas de protegê-los de qualquer ameaça. Certo dia, com a iminente
invasão nazista a instituição que Fanny estava, ela precisa fugir com um grupo
de outros pequenos e tentar de todas as formas chegar até o território suíço.
Viajando por lindas paisagens, em contraponto ao caos que os
nazistas provocavam naquela época, o grupinho super carismático enfrenta
enormes desafios na luta pela sobrevivência. O filme não deixa de mostrar o
lado imaginário e dos sonhos dos jovens que a cada pequena oportunidade voltam a ser
crianças brincando com os animais ou jogando bola entre uma fuga e outra. As
recordações de seus pais geram momentos de muita emoção, cada pequenino enxerga
o momento em que vivem de uma maneira, ganhando força na esperança e na amizade.
Fanny acaba virando a líder do grupo por acaso, quando as opções desaparecem, é
um conflito de emoções muito grande que a jovem precisa enfrentar mas sempre
contando com a ajuda de seus amigos.
A Viagem de Fanny
, um bom drama disfarçado de sessão da tarde, tem estreia prevista para a
segunda semana de agosto no circuito exibidor brasileiro, promete agradar a
todos os públicos. Explica um pouco da história do mundo e muito sobre a ótica
de quem de fato viveu de perto os horrores de uma guerra. É uma jornada com
lições que servem para toda uma vida.