Dirigido pela dupla Alex Helfrecht e Jörg Tittel, The White
King, baseado na obra do escritor húngaro György Dragomán é um filme
extremamente complexo que aborda um novo lugar, cheio de ideologias e princípios.
O projeto, exibido em alguns festivais pelo mundo tem uma pegada meio Goonies
dos novos tempos, com incrementos de ficção científica em um roteiro repleto de
originalidade que explora as leis criadas por uma nova sociedade cheia de
regras ofensivas, de controle absoluto e sem democracia. Essa ficção científica
tem um excelente trailer e isso gera o interesse mas vendo o filme percebemos
claramente que falta fôlego para a trama se sustentar, principalmente pelas
lacunas não respondidas o que deixa tudo muito complicado de se entender.
Na trama, conhecemos um jovem chamado Djata (Lorenzo
Allchurch) que vive uma vida cheia de regras em uma nova sociedade junto com
sua mãe e seu pai Peter (Ross Partridge). Certo dia, após voltarem de um
piquenique seu pai, um ex-major do exército do lugar é levado para uma espécie
de prisão onde traidores são colocados. Seu filho então parte em busca de
respostas para encontrar seu pai e para isso contará com algumas poucas ajudas
ao longo desse caminho repleta de espaços não respondidos.
Uma construção de um novo mundo? Uma irmandade com novas
ideias entre conflitos e ideais de um mundo que não existe mais? Militares e
seus princípios duvidosos no poder? Que diabos é aquela estátua no alto da
montanha que lembra muito o seriado Lost? Diversas perguntas (sem respostas)
são feitas por nós meros mortais cinéfilos que tentamos entender esse longa
metragem. O arco da amizade é bem feito, adapta os laços para a sociedade nova
que foi imposta cheia de risco e onde a coragem é o principal trunfo. Já o tema
central, a busca pelo pai desaparecido (ou melhor dizendo escondido em uma
prisão que ninguém sabe onde é) é muito rasa. Nem outros personagens aparecendo
na trama, como o avô do menino, um coronel aposentado e de prestígio ajudam a
gente a entender melhor o que é direito esse projeto.
Taxado como ficção científica, e realmente é, o filme navega
pelo drama durante bom tempo nesse universo criado por Dragomán repleto de
brutalidade ditatorial e com personagens motivados por razões humanas
envolvidos nas leis do universo, o amor de uma família. Infelizmente o filme
tem apenas bons momentos, talvez o livro seja melhor.