O amor nasce e cresce a partir de quem somos. Baseado no
livro homônimo, de David Levithan, Todo Dia é um projeto repleto de
sutilezas que nos leva a lindas memórias quando paramos para pensar em como
nossas relações do dia a dia se desenvolvem. Tinha tudo para ser mais uma
história sobre amores água com açúcar mas consegue romper essa barreira de
maneira inteligente, com personagens carismáticos e com uma mensagem que ficará
na memória do espectador durante muito tempo. A direção, fica a cargo de Michael
Sucsy que dirigiu o ótimo Grey Gardens
e o longa metragem Para Sempre.
Na trama, conhecemos adolescente Rhiannon (Angourie Rice) que vive um relacionamento
frio com Justin (Justice Smith), um atleta da escola onde estuda. Certo dia,
seu namorado acorda como se fosse outra pessoa. E de fato é exatamente isso. A
protagonista descobre que existe uma alma chamada ‘A’ que acorda todos os dias
com um corpo diferente. Completamente fascinada e apaixonada por essa alma, Rhiannon
precisará viver um romance com a mesma Alma mas em corpos diferentes.
Dividido em arcos bem definidos, um melhor que o outro, a
trama tem um forte poder de prender a atenção do público. Nossos olhos seguem
os passos da protagonista (Angourie Rice
em uma bela atuação) e na sua luta constante em entender sobre o amor da
maneira mais peculiar possível. O enredo é bem objetivo, a voz de ‘A’ em outros
corpos formam uma sintonia impressionante. É preciso estar atento pois os argumentos
levantados no filme são facilmente vistos no mundo real. O foco é no amor que
acontece, não há muitos aprofundamentos da relação de Rhiannon com a família
mas eles possuem um papel importante no contexto.
Todo Dia desde
seu início intenso, já provoca o espectador com uma proposta de unir a fantasia
para a realidade, deixando argumentos interessantes para o espectador traçar
seus paralelos. Original em muitos sentidos, o bom ritmo do filme se torna
capaz através da figura carismática de sua protagonista e a maneira como ela
embarca nessa história que beira ao absurdo mas que também beira ao conforto de
todas as almas do mundo que já souberam o que é amar.