As dificuldades da maternidade. Nos dias de hoje, ter tempo
para nossas vidas passou a ser algo bastante valioso. Imagina para uma mãe de
dois filhos e um terceiro vindo em seguida. Com direção do premiado cineasta Jason Reitman (Amor sem Escalas) e um roteiro escrito pela elogiada roteirista Diablo Cody (Juno), Tully, lançado no
circuito brasileiro de exibição, semanas atrás, com poucas cópias, é um retrato
de muitas casas não só nos Estados Unidos mas em vários lugares do planeta. No
papel principal, a ganhadora do Oscar Charlize
Theron – que teve a missão de engordar cerca de 20 quilos para o papel –
mas uma vez mostra o porquê é uma das atrizes mais vitoriosas de sua geração.
Ao longo de um pouco mais de 90 minutos de projeção,
acompanhamos a história de Marlo (Charlize
Theron), uma mulher na casa dos 40 anos que tem dois filhos pequenos e um
terceiro chegando em breve. Totalmente consumida pela dedicação na educação e
paciência com seus filhos, esqueceu de buscar um tempo para si. Seu marido,
Drew (Ron Livingston) trabalha
bastante e vive viajando, mas quando está em casa prefere o vídeo game muitas
vezes à tentar ajudar Marlo. Perto de um certo surto, por ideia de seu irmão, o
bem sucedido Craig (Mark Duplass)
resolve aderir a uma ideia inusitada, ter uma babá noturna para conseguir
dormir melhor. Assim, chega na vida da família a carismática Tully (Mackenzie Davis) com quem Marlo de cara
logo se identificará.
O roteiro de Cody é bastante inteligente, busca nos arcos
sempre o complemento com foco em Marlo. As surpresas e reviravoltas que a trama
sugere, explicando lacunas não preenchidas ao longo das primeiras partes da
história, se tornam eficientes. É uma trama repleta de perguntas, onde sentimos
as aflições da personagem principal, seja com o marido, seja com a diretora da
escola onde o filho estuda, seja com a cunhada. Muitas mães podem se
identificar com a personagem.
Existem várias lições que aprendemos com esse filme. O saber
observar nossa família, se dedicando em conjunto para a melhor criação de
todos, os pequenos sinais de que as coisas podem ser bem melhor organizadas
mesmo com o dia a dia tão intenso com obrigações, cobranças e amor.