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18/02/2025

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Crítica do filme: 'Nós derrotamos o Dream Team'


No primeiro ano que os jogadores da NBA puderam disputar as olimpíadas, um verdadeiro time dos sonhos foi enviado até a Espanha para vencer com autoridade o evento no verão de 1992 em Barcelona. Durante os treinamentos, oito jovens astros do basquete universitário foram chamados para um jogo treino. Eles venceram o Dream Team.

Disponível na Max, o documentário Nós derrotamos o Dream Team nos mostra por meio de vídeos e depoimentos, olhares para um detalhe pouco mencionado em meio ao estrondoso impacto que teve a equipe norte-americana, liderados por Magic Johnson, Michael Jordan e Larry Bird, no mundo dos esportes.

Mas para entender por completo essa história, é importante um contexto que o documentário passa como uma flecha. Os Estados Unidos até 1988 enviavam times de jogadores universitários para os eventos mundiais, até que perderam pra união soviética numa semifinal e mais outras derrotas em sequência em eventos pelo mundo. Assim, entrando em acordo com a FIBA (Federação Internacional de Basquete), ficou permitido que os atletas da principal liga de basquete do mundo disputassem pelo seu país eventos internacionais.

Com algumas regras que se diferem da aplicada na NBA, o treinador Chuck Daly resolveu criar um cenário utilizando jogadores fantásticos mas ainda não profissionais que fizeram sucesso em suas faculdades. Assim, um jogo impressionante aconteceu a portas fechadas.

Narrado em grande parte por Grant Hill, ex-atleta de sucesso na NBA e que fez parte dos oito selecionados para treinar com o Dream Team, ao longo do documentário, que conta detalhes sobre a ótica dos envolvidos, percebemos uma mudança de foco na parte final quando nota-se um certo desabafo por conta de um depoimento de um dos assistentes de Daly anos após o ocorrido. Esse fato preenche ainda mais a riqueza dos fatos apresentados, mostrando a importância e pressão que até os maiores nomes do esportes podem sofrer.


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14/02/2025

Crítica do filme: 'Criaturas do Farol'


As dúvidas sobre o canto da sereia. Se perdendo em alguns momentos entre os achismos que surgem naturalmente numa relação desconfiada entre duas pessoas que nunca se viram, o longa-metragem Criaturas do Farol é um peculiar suspense psicológico com poucas perguntas e também poucas respostas. O roteiro se fortalece em diálogos que nos guiam para uma jornada emocional e paranoias que prendem a atenção na maior parte do tempo mas não chegam a empolgar.

Pensando em realizar um objetivo náutico, que remete lembranças ao pai e apoiada pelo avô, a jovem Emily (Julia Goldani Telles) parte com seu veleiro rumo às infinidades dos oceanos. Chegando no sul do pacífico, a embarcação é atingida por uma tempestade e acaba indo parar numa ilha onde é resgatada pelo faroleiro Ismael (Demián Bichir). Logo essa relação de gratidão passará por enormes desconfianças.

Como contar uma história que está em uma bolha no campo das suposições? A tensão por meio do chocalhar psicológico se torna um corpulento elemento que encontra camadas no sobrenatural, na loucura, no contato com o isolamento. A fórmula encontrada nesse filme é interessante, aplicada em cena pelo indicado ao Oscar Demián Bichir e a competente atriz californiana Julia Goldani Telles, uma dupla harmoniosa.

Se tornando o grande alicerce de um roteiro que busca surpreender, os diálogos sustentam as transformações morais e psicológicas que passam os personagens a partir do que sabem - e vão descobrindo - um do outro. Nesse jogo de xadrez instaurado - onde peças são movidas a partir de descobertas - nos deparamos com um problema quando pensamos em desenvolvimento dos personagens. O fato do objetivo de Ismael ser indecifrável - talvez para se manter dentro da proposta de possíveis reviravoltas - deixa conclusões em demasia no campo dos achismos.

Utilizando na maior parte do tempo apenas um cenário, algo que dá um ar teatral e intimista, Criaturas do Farol pode ser definido como um passeio pela mente humana quando se depara com o inexplicável, batendo de frente com a paranoia.


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14/01/2025

Crítica do filme: 'O Príncipe das Mares'


O trauma e o recomeço. Batendo na tecla de que a arte do recomeçar pode ser algo que venha algumas vezes ao longo de uma vida, no início dos anos 1990, um profundo drama chegou aos cinemas unindo as facetas do amor com as ultrapassagens por caminhos espinhosos de um passado em eterno conflito. O Príncipe das Mares é antes de mais nada uma jornada encantadora com lições por todos os lados.

Indicado para sete Oscars, o longa-metragem estrelado e dirigido por Barbra Streisand nos leva até a história de Tom (Nick Nolte) um treinador de futebol americano desempregado que vive com a esposa e as três filhas numa casa de frente pro mar. Quando sua irmã tenta se suicidar, ele embarca para Nova York e lá acaba conhecendo a psiquiatra dela, Susan Lowenstein (Barbra Streisand), com quem descobre mais sobre si mesmo e vive um intenso amor.

Baseado na obra homônima do escritor norte-americano Pat Conroy esse é um daqueles filmes onde o trauma de toda uma vida se torna um alicerce para uma enxurrada de emoções. De peito aberto para se reinventar, o protagonista interpretado por Nolte é um homem comum em conflito. Parece algo fácil para se transformar em um filme mas não é não! O desenvolvimento desse personagem caminha a todo instante com o discurso do reinventar, transformando as mais de duas horas de projeção em um enorme embate dentro do mundo das emoções.

O papel de Barbra, chega como um ponto de encontro perfeito, um casamento entre opostos que se atraem mas que por circunstâncias da vida por não ter se encontrado no tempo certo. Quer algo mais realista que isso?! Por meio das dores e segredos, uma porta se abre através do amor, um peça que faltava para toda uma engrenagem voltar a funcionar.

As lições por aqui são inúmeras. A narrativa contemplativa de O Príncipe das Mares girando em torno desse protagonista absorvido por seus traumas – de mãos dadas com a melancolia – abre ao público inúmeras formas de se encontrar com essa história. Pra quem curte psicologia, esse filme deve ser um prato cheio.


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22/12/2024

Crítica do filme: 'Jurado Nº 2'


Se tem uma pessoa que pode ser chamada de lenda da sétima arte com certeza é Clint Eastwood. Aos 94 anos ele lança seu mais recente trabalho, Jurado Nº 2 um thriller jurídico que abraça as linhas tênues entre a justiça e a moral nos jogando de forma instigante para um vai e vem de dilemas. Cheio de rostos conhecidos, e com roteiro assinado por Jonathan A. Abrams, a trama empurra o expectador para reflexões sobre os valores e o comportamento humano, além de abraçar os detalhes chegando até mesmo em críticas sociais importantes.

Com um forte trauma recente em seu passado e com problemas superados com bebida, o jovem Justin (Nicolau Hoult) está prestes a ser pai pela primeira vez e vive seus dias na expectativa ao lado da esposa Allison (Zoey Deutch). A calmaria muda quando ele é selecionado para o júri de um julgamento midiático e aos poucos percebe que está mais envolvido no caso do que imaginava.

Com referências cinéfilas bem notórias, como 12 Homens e uma Sentença e outros filmes onde o tribunal é um elemento importante, quase um personagem, Jurado Nº 2 caminha para ter sua própria marca e uma de suas forças consiste nos ótimos diálogos que ampliam um contexto de acasos que se encontram. Do ponto de vista do protagonista vamos caminhando para as angústias e dúvidas que logo ganham associações com o caso em julgamento. Em cena, um desfile de ótimos artistas dão luz a um imprevisível tabuleiro de xadrez, onde a próxima peça mexida pode ser vital.

Mais uma vez, Clint dirige um filme onde o centro dos holofotes é o ser humano e suas fraquezas. Não há muito espaço para juridiquês, opção acertada da produção. Nessa linha que logo sentimos muito próxima da realidade, a narrativa atinge seu objetivo, prende a atenção, ficamos atentos para as reviravoltas ou não de um dilema – o desfecho é a maior prova disso. O público possivelmente se colocará a todo instante na pele do personagem em total desconstrução sobre valores e verdades sobre a palavra justiça.

O projeto também tem suas curiosidades por trás das câmeras. Como o reencontro de Toni Collette e Nicholas Hoult em cena depois de duas décadas (no ótimo Um Grande Garoto) e Kiefer Sutherland que conseguiu seu pequeno - mas expressivo - papel na história após enviar uma carta ao lendário diretor.

Jurado Nº 2 entrou direto nos streamings aqui no Brasil, na Max. Se esse for o último trabalho de Eastwood, fecha com chave de ouro uma carreira grandiosa também atrás das câmeras.


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02/06/2024

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Crítica do filme: 'Fundo do Poço'


Uma jornada fúnebre e sangrenta. Disponível na MAX, Fundo do Poço nos mostra a trajetória de um homem bem sucedido, prestes a morrer, e seus enfrentamentos aos últimos dilemas que percorreram toda sua vida. Ao longo de 90 minutos de projeção, entre tragédias na iminência, vamos caminhando para reflexões num retrato de um leve despertar da solidão. Dirigido por Rightor Doyle, o filme bate na tecla da sexualidade, assunto que contorna os desenrolares de um roteiro que se desenvolve na harmonia entre uma bolha melancólica e um humor afiado.

Na trama, conhecemos Gary (Zachary Quinto), um homem em busca de realizar os últimos desejos já que tem um câncer inoperável no cérebro. Completamente sozinho em uma enorme mansão, já que sua família o abandonou quando contou que era gay, um dia ele resolve contratar Cameron (Lukas Gage), um massagista com fins sexuais. Quando uma série de situações acontecem nesse dia, passando por encruzilhadas, dilemas, arrependimentos e descobertas de instantes de felicidade, essa dupla de desconhecidos precisará vencer alguns obstáculos.

Um dia caótico, regado à sangue, inusitados momentos e a necessidade de enfrentar as consequências. Através do despertar de um personagem reprimido que buscou durante toda sua vida ser um exemplo da hipócrita imposição da sociedade dentro do conceito da moral e bons costumes chegamos em uma série de situações que conseguem em ótimos diálogos nos levar para várias reflexões. A narrativa se impõe com dinamismo, com o uso de um ritmo frenético onde a intensidade das emoções afloram e são vistos em cena através de uma direção de arte que diz muito pelas entrelinhas.

Tendo a sexualidade como epicentro dos conflitos que se seguem, o roteiro encontra um caminho interessante para desenvolver um alguém que está preso em uma melancolia e enxerga de forma abrupta seu despertar através do olhar de um outro personagem que também passou por dramas parecidos. É uma dupla que funciona em cena. Junto a isso, outros personagens aparecem nesse liquidificador que encosta no caos, nas despedidas, mas tendo as ironias do destino a seu favor.


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20/08/2022

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Crítica do filme: 'A Colmeia'


O empreender dentro de um universo que tem o conservadorismo, machismo, e um banho de sangue que respira aqueles ares. Escrito e dirigido pela cineasta Blerta Basholli, Colmeia, indicado do Kosovo para o Oscar de Melhor filme Estrangeiro na última edição, nos apresenta a saga de uma mulher, que está com o marido desaparecido desde a guerra do Kosovo, para tentar sua própria fonte de renda mesmo com os incisivos tons conservadores que compõem a complicada região do vilarejo onde mora. O projeto, baseado em fatos reais, também mostra situações e gera reflexões sobre o famoso conflito que se iniciou no final da década de 90 quando Kosovo decidiu lutar pela sua independência (independência essa que é reconhecida por muitos países, mas pelo Brasil não).

Vencedor de três importantes prêmios do prestigiado Festival de Sundance em 2021, A Colmeia nos mostra a trajetória de Fahrije (Yllka Gashi) uma mulher guerreira e batalhadora que está com o marido desaparecido por conta da guerra. Ela, precisando ter dinheiro para sobreviver junto aos filhos e o sogro que mora com ela, resolve empreender com a ajuda de outras mulheres. Fato esse que gera uma enxurrada de preconceitos e até mesmo assédio de vários tipos, principalmente dos homens da região.


A caminhada de Fahrije e tudo que enfrenta como obstáculo pelo caminho acaba sendo uma jornada paralela para entendermos uma região marcada pela sociedade patriarcal. Mesmo com a globalização, com a evolução do mundo, algumas regiões do mundo insistem em olhar somente para o homem, esquecendo das mulheres. Fahrije se coloca à disposição para ser um exemplo, enfrentando o medo, o preconceito sendo uma força que surge para mulheres da região. O empreender ilumina sua estrada, seu produto feito de pimentões vermelhos e temperos, conhecido na região dos Balcãs como Ajvar, se torna seu maior trunfo contra a todos que querem sua derrota. Há muito a se refletir sobre a trajetória de luta dessa impressionante personagem.


O comovente relato das buscas incessantes sobre os homens que estão desaparecidos desde a Guerra de Kosovo nos leva a pensar sobre a complicada geopolítica da região que gera debates em todo o mundo. Familiarizando a alguns, e relembrando a outros, que muitos países não reconhecem Kosovo como país (inclusive o Brasil), fato esse que gera correntes argumentativas diversas até hoje.  


Colmeia está disponível na HBO Max, um poderoso projeto que nos faz refletir sobre muitos assuntos relevantes.



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03/07/2021

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Pausa para uma serie: 'Hacks'


O poder de uma boa piada. Inteligente, divertido, debate questões como preconceito, a força feminina, assunto familiares, relação entre pais e filhos entre outras. Criado pelo trio Lucia Aniello, Paul W. Downs e Jen Statsky, Hacks é um dos mais interessante e engraçados seriados disponíveis no universo dos streamings disponíveis no Brasil, nesse caso na novíssima HBO MAX. Contando o cotidiano de duas sensacionais protagonistas, em momentos delicados de suas vidas, acompanhamos profundos dramas sobre a arte do fazer rir. Reflexivo, empolgante, abre espaço para o amor de todas as formas em seus brilhantes dez episódios de cerca de 30 minutos. Jean Smart dá um verdadeiro show na pele de uma das mais emblemáticas personagens femininas atualmente do universo das séries, a mal-humorada rainha do stand up Deborah Vance.


Na trama, conhecemos a enrolada roteirista Ava (Hannah Einbinder) que após um relativo sucesso no underground da comédia de Los Angeles, fica marcada como carta fora do baralho depois que um tweet seu viraliza negativamente. Precisando recomeçar, ela busca ajuda de seu agente, Jimmy (Paul W. Downs), uma espécie de Ari Gold (referência ao lendário personagem interpretado por Jeremy Piven no seriado Entourage) dos novos tempos, em busca de um trabalho que a possa sustentar. Ele acaba conseguindo uma vaga de redatora para os shows da comediante de sucesso Deborah Vance (Jean Smart). Assim, Ava embarca rumo à Las Vegas, junto com sua mala cheia de problemas emocionais, um coração partido de um recente término com a namorada, para tentar conquistar a atenção da super estrela do stand up comedy que também passa por momentos difíceis na vida.


Duas personalidades completamente diferentes. Duas fases de vida nada iguais. Idades distantes. As protagonistas embarcam em argutos debates sobre a vida, que vão desde os confrontos sobre a não mais atemporalidade de algumas piadas de Vance até mesmo as questões complicadas familiares que a diva do stand up enfrenta mas sem nunca se abrir. Tudo se encaixa com perfeição pelas linhas de um roteiro sublime, até as subtramas são ótimas equilibrando a comédia com dramas ligados ao coração. Há um destaque para a força dessas mulheres sempre à frente de seus tempos. Somos testemunhas de uma forte relação de amizade que nasce aos poucos, também podemos enxergar como ‘mãe e filha’, em meio a todo o caos que insiste em chegar dia após dia dentro do brilho das inesquecíveis noites de shows. Hannah Einbinder e Jean Smart possuem uma harmonia fantástica em cena, um diálogo melhor que o outro. Hacks merece aplausos de pé! Que chegue logo a segunda temporada!

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23/07/2018

Crítica do filme: 'Tully'


As dificuldades da maternidade. Nos dias de hoje, ter tempo para nossas vidas passou a ser algo bastante valioso. Imagina para uma mãe de dois filhos e um terceiro vindo em seguida. Com direção do premiado cineasta Jason Reitman (Amor sem Escalas) e um roteiro escrito pela elogiada roteirista Diablo Cody (Juno), Tully, lançado no circuito brasileiro de exibição, semanas atrás, com poucas cópias, é um retrato de muitas casas não só nos Estados Unidos mas em vários lugares do planeta. No papel principal, a ganhadora do Oscar Charlize Theron – que teve a missão de engordar cerca de 20 quilos para o papel – mas uma vez mostra o porquê é uma das atrizes mais vitoriosas de sua geração.

Ao longo de um pouco mais de 90 minutos de projeção, acompanhamos a história de Marlo (Charlize Theron), uma mulher na casa dos 40 anos que tem dois filhos pequenos e um terceiro chegando em breve. Totalmente consumida pela dedicação na educação e paciência com seus filhos, esqueceu de buscar um tempo para si. Seu marido, Drew (Ron Livingston) trabalha bastante e vive viajando, mas quando está em casa prefere o vídeo game muitas vezes à tentar ajudar Marlo. Perto de um certo surto, por ideia de seu irmão, o bem sucedido Craig (Mark Duplass) resolve aderir a uma ideia inusitada, ter uma babá noturna para conseguir dormir melhor. Assim, chega na vida da família a carismática Tully (Mackenzie Davis) com quem Marlo de cara logo se identificará.

O roteiro de Cody é bastante inteligente, busca nos arcos sempre o complemento com foco em Marlo. As surpresas e reviravoltas que a trama sugere, explicando lacunas não preenchidas ao longo das primeiras partes da história, se tornam eficientes. É uma trama repleta de perguntas, onde sentimos as aflições da personagem principal, seja com o marido, seja com a diretora da escola onde o filho estuda, seja com a cunhada. Muitas mães podem se identificar com a personagem.

Existem várias lições que aprendemos com esse filme. O saber observar nossa família, se dedicando em conjunto para a melhor criação de todos, os pequenos sinais de que as coisas podem ser bem melhor organizadas mesmo com o dia a dia tão intenso com obrigações, cobranças e amor.  

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28/12/2015

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Crítica do filme: 'No Coração do Mar'

Após o eletrizante Rush: No Limite da Emoção, o cineasta vencedor do Oscar Ron Howard volta aos longas-metragens dessa vez para contar ao público uma história complementar a do clássico Moby Dick.  No Coração do Mar conta as verdades não ditas sobre um grupo de marinheiros que enfrentaram um dos maiores animais do planeta no meio de um dos oceanos, a milhas e milhas longe da terra. Com um orçamento que beirou os 50 milhões de dólares, o filme possui efeitos especiais maravilhosos, ótima edição, trilha sonora eficaz, além de uma forte e sólida trama que prende o espectador a todo instante. Um destaque na atuação vai para o experiente Brendan Gleeson que emociona bastante com seu sofrido personagem.

O filme, ambientado no ano de 1820, mostra, primeiro, os preparativos de um barco baleeiro chamado Essex que parte da Nova Inglaterra rumo aos famosos óleos de baleia, atividade bastante lucrativa nessa década. Toda a história é contada por Tom Nickerson (Brendan Gleeson), um dos poucos que sobreviveram a aventuram à Herman Melville (Ben Whishaw). No comando, George Pollard (Benjamin Walker) um capitão de navio que tem mais nome do que experiência; como primeiro imediato Owen Chase (Chris Hemsworth) um experiente em caçada de baleias que possui todo o respeito da tripulação. Ao longo de meses, a tripulação busca o maior número de óleo de baleia. Até que um dia, são atacados por uma gigantesca criatura marítima e agora precisarão lutar pela sobrevivência.

Os três arcos do filme são muito bem definidos e possuem a profundidade certa para entendermos a história e características mais marcantes dos personagens. No primeiro momento, rapidamente e com um recheio (que não chega a incomodar) de clichês, vemos a partida para a expedição onde já de cara é escancarado que teremos problema de relacionamento na linha de comando. No segundo ato, contém a ação mais específica e foca com detalhes na ganância do homem e os reflexos disso ao enfrentar uma força da natureza. Já no arco final, e talvez o mais surpreendente, é a luta pela sobrevivência e a necessidade de se fazer tudo para sobreviver.


Inspirado no conto dramático de Nathaniel Philbrick, que inspirou o famoso Moby Dick, o filme estreou no último dia 03 nos cinemas brasileiros e promete agradar bastante ao público. Conhecendo ou não a história de ‘Moby Dick’, não deixe de assistir a esse bom blockbuster.
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28/09/2013

Crítica do filme: 'Nebraska' (Festival do RJ 2013)

Depois dos ótimos Sideways – Entre umas e outras e Os Descendentes, o diretor norte-americano Alexander Payne surpreende mais uma vez o público com um drama que belisca deliciosamente o humor em uma estética de filmes antigos, o P&B. Nebraska é muito mais que uma história sobre uma família de classe média baixa do subúrbio norte-americano, é um filme sobre carinho, afeto e sonhos realizados.

Na história, acompanhamos um aposentado, ex-militar, que certo dia recebe pelo correio a informação de que ganhou uma grande quantia de dinheiro. Teimoso por si só e casado com uma mulher que fala duro e pelos cotovelos, consegue a atenção do seu filho mais novo para acompanhá-lo nesta viagem rumo à Nebraska onde o prêmio o espera. Durante o longo percurso que percorrem, pai e filho acabam redescobrindo um ao outro e grandes surpresas acompanharão cada passo desta maravilhosa história.

Os olhos do público acabam sendo os olhos do filho mais novo, a partir de suas ações e pensamentos, vamos sendo jogados para dentro da história. O ator Will Forte (Vizinhos Imediatos de 3º Grau) merece destaque por conseguir construir seu personagem de maneira inteligente e sensível.  O pai, outro personagem principal do filme, fala com o olhar e sua linguagem corporal – muito bem executada pelo excelente Bruce Dern (Django Livre) que venceu o prêmio de melhor ator, por esse trabalho, no último Festival de Cannes e se torna nome praticamente certo no próximo Oscar. Os dois são a alma e o coração do filme, cenas memoráveis surgem destes dois personagens.

Impossível não se deliciar com os ótimos diálogos entre mãe e filho. Aliás, a atriz que interpreta a matriarca, June Squibb (O Grande Ano), dá um verdadeiro show em cena. A princípio não se mostra muito importante para a trama mas ao longo do tempo percebemos que sem ela o filme não seria o mesmo. Você ri e se emociona em questão de segundos com a sarcástica personagem. Na verdade, todos os personagens são cativantes cada um a sua maneira e assim conquistam o espectador rapidamente.

O roteiro beira ao genial. Bob Nelson que assina seu primeiro roteiro para cinema - acerta em cheio na fórmula. Conta a história dessa família peculiar de maneira engraçada sem deixar a seriedade e a particulariedade de cada um dos personagens interferirem  nas ótimas sequências. O público interage bastante durante toda a projeção e fica com aquele sentimento de quero mais assim que os créditos começam a aparecer naquele maravilhoso fundo preto e branco ao som de uma trilha sonora que marcará muitos amantes da setima arte. Bravo!
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