Volta e meia, filmes sobre problemas em alto mar são
trazidos por Hollywood e geralmente vindos de relatos reais, livros que fazem
relativo sucesso sobre as experiências vividas. Dirigido pelo bom cineasta
islandês Baltasar Kormákur (do ótimo
Sobrevivente, lançado em 2012 no
Brasil – também um filme sobre problemas no meio do mar), Adrift, no original, segue pelo mesmo caminho e conta com uma
atuação esforçada e competente da atriz, já conhecida pelo público brasileiro, Shailene Woodley. Baseado no livro Red Sky in Mourning: The True Story of a
Woman's Courage and Survival at Sea escrito por Tami Oldham Ashcraft (a protagonista do filme), o projeto promete e
cumpre muitas emoções para o lado de cá da telona.
Na trama, conhecemos a nômade, corajosa e adepta da
meditação Tami (Shailene Woodley),
uma jovem norte americana que viaja sem rumo buscando encontrar sua felicidade
pelos lugares que busca explorar. Certo dia, já trabalhando com barcos, conhece
o velejador solitário Richard (Sam
Claflin) e logo os pombinhos se apaixonam perdidamente. Assim, entre uma viagem
e outra no barco de Richard, recebem uma proposta de levar um barco por um
percurso grandioso, em alto mar, onde infelizmente uma inesperada tempestade
vai de encontro ao casal. Lutando pela sobrevivência, Tami precisará usar toda
sua força e coragem para buscar soluções para o casal completamente perdidos no
meio do oceano.
Estimado em 35 milhões de dólares, o longa metragem entrou
no circuito brasileiro semanas atrás, bastante ofuscado por ótimos filmes que
também entraram nas salas no mesmo período. Antes de assistir, mesmo sabendo
pouco sobre o longa, já se deduz que Vidas
à Deriva é aquele tipo de filme que já traz emoção na sinopse e vamos nos
preparando para essas emoções ao longo do seu percurso. O roteiro, baseado nos
relatos da protagonista possui, com toda certeza, uma ou outra ‘licença poética’
para dar certo ritmo cinematográfico ao que entendemos como narrativa. O vai e
vem nas linhas temporais buscam a explicação e razões deles estarem naquela
posição completamente vulneráveis no mar. Na verdade, o maior interessante
chega nas informações do passado, longe do mar.
A direção de Kormákur
é segura e busca as qualidades de filmagens anteriores do diretor em outros
filmes que a história se desenvolve no campo da solidão em alto mar. O lado
psicológico dos personagens é pouco explorado, desce poucas camadas além da
superfície, dando mais ênfase nas ações que precisam tomar para buscar a
sobrevivência. Para quem gosta de se emocionar, com histórias de amor e busca
por redenções após tragédias, filmes que se renovam do tipo no circuito,
prepare o lenço e vai assistir.