Mãe é mãe em qualquer tipo de situação, extrema ou não. Chega
aos cinemas brasileiros na próxima 5ª (21.03), o mais novo trabalho do cineasta
Peter Hedges (A Estranha Vida de Timothy Green), O Retorno de Ben. Tendo a curiosidade de dirigir o próprio filho em
um dos papéis principais e ao mesmo tempo uma das mais conhecidas e competentes
atrizes do mundo, Julia Roberts, Hedges, que também assina o roteiro, faz
um recorte muito doloroso de uma família que luta para encontrar as respostas
certa para a volta para casa, após estar em reabilitação, de um dos seus
membros, o filho mais velho, Ben.
Exibido no prestigiado festival de Toronto no ano passado, O Retorno de Ben conta a luta de uma
mãe, Holly (Julia Roberts), que é
surpreendida com a volta do filho Ben (Lucas
Hedges) para casa antes do tempo que ele tinha para cumprir em uma clínica
de reabilitação. A partir da chegada do jovem, uma série de situações caem como
consequência, mudando completamente a rotina de toda a família. Holly então
parte numa busca desesperada para fazer de tudo para que o filho tenha, de
certa forma, uma segunda chance com todos que o rodeia.
O filme começa com aquele simbólico e nostálgico sorriso de Roberts (uma expressão marcante da atriz
de 51 anos), mas parece que aquela fração de segundo é o único motivo de sorrir
da sofrida personagem. O roteiro foca na relação mãe e filho, detalhando a fé
que a personagem de Roberts possui, e os confrontos que ambos travam,
entendemos que fora por experiências ruins anteriores de retornos de Ben que
não deram certo. Um dos méritos desse poderoso longa é conseguir ir além da
superfície na composição dos personagens, além do mais, Julia Roberts e Lucas Hedges
possuem um entrosamento que fortalece tudo que é narrado. Ainda sobre a eterna
linda mulher, é sem dúvidas uma de suas melhores atuações no cinema, nos
sentimos conectados com sua personagem a todo instante.
Um grande paralelo traçamos entre esse e um outro bom filme
sobre o tema, Querido Menino onde o
foco é mais na relação pai e filho mas com o mesmo problema em tema. São dois
filmes que falam sobre o tema importante das drogas, e todo o sofrimento que os
personagens passam por ver os filhos sofrerem e também por não saber direito
como poder ajudá-los. O cinema tem esse poder de ser conscientizador , de
trazer para debate temas importantes de toda nossa sociedade, que, na vida real
ou na tela grande, nem sempre tem final feliz.