A vingança é o propulsor de qualquer pessoa que não consegue
tirar isso da cabeça. Um dos blockbusters mais atingidos pela pandemia do
coronavírus desse ano, Bloodshot,
baseado na HQ homônima de Kevin VanHook, Don Perlin e Bob Layton da
Valiant Comics, é um filme de ação
com méritos que busca suas razões e objetivos a partir das memórias e dos arranjos
maquiavélicos tecnológicos que o ser humano pode por enquanto pensar. Entradas
triunfais, frases de efeitos, espaços neurais, egocêntrico vilão, projeções
tecnológicas futurísticas, plot twist, clichês de filmes do gênero... tem de
tudo nesse pipocão que na média final passa de ano, é muito melhor que muitos
outros blockbusters de ação lançados nos últimos anos. Na pele do protagonista,
um morto agora vivo soldado de alta liderança, o rosto da franquia Velozes e
Furiosos, o carismático Vin Diesel.
Na trama, conhecemos um experiente soldado chamado Ray
Garrison (Vin Diesel) que é morto
por um bandido que também mata sua esposa. Final do filme? Nada disso. O
soldado é ‘ressuscitado’ por uma nova tecnologia criada pelo egocêntrico Dr.
Emil Harting (Guy Pearce) que transforma
seu corpo em uma indestrutível máquina de matar. Assim que acorda, Ray só tem
um objetivo: caçar o assassino da sua esposa (e o dele também, no caso). Mas, nada
é o que parece nesse filme repleto de adrenalina.
Viver é não saber o que está por vir. O filme tem uma
reviravolta importante que praticamente abre o arco mais importante do roteiro.
Com o alicerce da premissa da trama caindo por terra, o roteiro muda o jeitão
do filme de somente cenas sanguinárias para um pouco de história e tecnologia.
Mas não se iludam: tiro, porrada e bomba continuam nessa ficção científica
repleta de efeitos onde o objetivo do protagonista, como todo bom ‘anti-herói’
de filme de ação desde os primórdios do cinema, é a única coisa que importa. Um
filme de ação ok, bom pra distrair nesses tempos de pandemia e quarentena.