09/05/2020

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Crítica do filme: 'A Maratona de Brittany'


Os benefícios mental e corporal a partir de mudanças chaves na nossa rotina. Cinema é um ótimo jeito de conscientizar pessoas ao redor de todo o planeta, com esse pensamento o debutante em roteiros e direção cinematográfica de longas-metragens Paul Downs Colaizzo resolve contar com bastante realidade e de maneira muito objetiva, a trajetória de uma mulher que entra em uma auto descoberta sobre a vida perto dos 30 anos e revoluciona sua maneira de pensar, agir e se cuidar. Exibido no Festival de Sundance no ano passado, e passando quase desapercebido pelo circuito exibidor brasileiro, o projeto conta com ótima atuação da atriz Jillian Bell.

Na trama, conhecemos a baladeira e descompromissada com a vida Brittany (JIllian Bell), uma mulher de 28 anos, gordinha que não consegue se encontrar em nenhuma parte de sua vida. Após uma consulta de rotina ao médico, descobre que seu corpo vai muito mal das pernas e resolve mudar da água pro vinho sua rotina, começando pelo grande desafio de conseguir correr todo dia na rua para se exercitar. Essas corridas logo se transformam em bem estar, amizade, mudança radical na sua rotina e assim, batalhando contra sua mente do passado, ela foca para encarar todos os desafios que a vida lhe coloca.

Impressionante como em menos de duas horas de fita, um projeto consegue tocar em tantos pontos importantes na vida de uma pessoa. Muito bem filmado, o espectador se sente a todo instante, de alguma forma louca que só o cinema consegue, interagindo com a personagem, interpretado pela ótima Jillian Bell (que perdeu cerca de 40 quilos durante as filmagens, assim como sua personagem durante o curso do filme). As lições sobre as amizades positivas e negativas, o preconceito (a parábola do segurar ou não a porta do metrô é excelente), as oportunidades que batem a porta e precisamos estar preparados, luta de viver numa cidade grande, concorrência para conseguir um bom emprego, o roteiro navega de maneira deliciosa por esses e outros ótimos temas sempre tendo como pano de fundo as ações e reações da protagonista.

Baseado na vida de Brittany O'Neill, como deixa claro no final, nos créditos, A Maratona de Brittany é um despertador de emoções muito bonito. Acredito na premissa de que quem assiste a esse filme pode também conseguir querer mudanças, lutar e ser feliz. No final das contas, o que importa é como nos vemos, não os outros.