A humanidade tem amadurecimento suficiente para descobertas
tão impactantes para nosso mundo? Mostrando os dois lados de uma grande
descoberta, a radioatividade, através de pequeno fragmentos da movimentada vida
da genial cientista Marie Curie, Radioactive,
no original, dirigido pela cineasta
iraniana Marjane Satrapi (Persépolis) adota
a tática dos assuntos em superfície (sem profundidades) para reunir importantes
momentos pessoais e profissionais sobre a primeira mulher a ser laureada com um
Prêmio Nobel e a primeira pessoa e única mulher a ganhar o prêmio duas vezes. Entre
vaias e aplausos, entre choros e felicidade, vivendo à frente de seu tempo,
revolucionando o mundo da ciência, essa poderosa protagonista é interpretada
com competência pela ótima atriz britânica Rosamund
Pike.
Na trama, conhecemos Marie Skłodowska (Rosamund Pike), uma jovem cientista polonesa que vive na França
pois onde encontra um berço para seus estudos. Sofrendo de preconceito por ser
mulher e ter um gênio complicado de lidar, Marie acaba conhecendo o também
cientista Pierre Curie (Sam Riley)
por quem logo se apaixona e passa a dividir teorias sobre seu trabalho,
chegando a descoberta das infinidades da radioatividade. A partir disso, muita
coisa acontece e impacta não só sua vida pessoal mas a maneira com que vão usar
todo esse conhecimento sobre radioatividade jogado às conclusões do mundo.
O primeiro arco é bastante corrido e dá a impressão de que
teríamos que saber informações que não se completam sobre a personagem principal.
As peças vão se encaixando melhor no segundo ato, com auxílios de ambientações
futurísticas sobre as conclusões e derivações dos estudos avançados da
descoberta feita pela protagonista. A linha tênue entre mostra a Maria na vida pessoal
e a na vida profissional acaba deixando o filme com pouca harmonia, exatamente
por pensarem em quantidade no que qualidade, exemplificando melhor: correm e
mostram a superfície dos conflitos, não vão a fundo. Há uma certa ingenuidade
nas licenças poéticas, alguns fatos provavelmente foram recheados com mágica de
cinema, dificilmente reproduzidos exatamente como ocorridos.
Exibido no Festival de Toronto no ano passado, independente
se o filme é bom ou não, há muita importância aos olhos de novas gerações conhecerem
figuras impactantes da nossa história como Marie Curie. Dentre os feitos mais fantásticos
no mundo da física e da química, Maria descobriu a radioatividade, algo que
fora usado para o bem e para o mal, como cutuca o filme em alguns momentos.