O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.
Nosso entrevistado tem muitas décadas de amor ao cinema,
seja atrás das câmeras com seus documentários multipremiados, seja na cadeira
do cinema vendo um filme. Paulo Henrique
Fontenelle, é editor e diretor de programas, documentários e DVDs musicais.
Mas acima de tudo um grande cinéfilo! Dirigiu e produziu o curta Mauro Shampoo (2006), que ganhou mais
de 20 prêmios – no Brasil e exterior; o longa biográfico do mutante Arnaldo Batista – Loki –, também bastante premiado; Dossiê Jango (2012) - Prêmio de melhor documentário pelo júri
popular no Festival do Rio de 2012 e Cássia
(2014), documentário sobre a cantora Cassia
Eller, um gigantesco sucesso de público e crítica.
Obs: meu querido amigo cinéfilo Paulinho! Lembro da pré
estreia do Cassia no Cine Joia onde falamos muito sobre
cinema e teve até cantora fazendo um pocket show com músicas da grande artista
que nos deixou. Vi como ficara contente de estar naquele ambiente cinéfilo
cheio de pessoas que estavam loucas para ver o seu filme. O mais legal é que
geralmente os diretores ficam nervosos com a estreia do filme, se o som ta bom
etc, etc. E lembro de você sempre calmo e feliz querendo falar sobre cinema com
todos. Nessa vida é tão bom encontrar com pessoas que possuem a mesma paixão
pela sétima arte do que você! Dizem que nós cinéfilos somos pessoas solitárias
mas ao longo da vida percebemos que somos muitos e quando nos encontramos tudo
vira uma grande festa, nos divertimos e rimos com muito pouco! Mesmo nos vendo
pouco sempre aguardo nosso próximo papo! Até foto com o Gaspar Noé nós temos
né? Viva nós cinéfilos!
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
Eu tenho um amor especial pelos cinemas do Estação que foram responsáveis por uma
enorme parte da minha bagagem cinéfila. Gosto muito da programação do Cine Joia também e lamento não ter tido
tantas oportunidades de frequentar o Reserva
Cultura de Niterói. Mas se eu tiver que escolher apenas um cinema, fico com
o Espaço Itaú da Praia de Botafogo.
Lá é possível encontrar todos os tipos de filmes em um só lugar: Filmes
franceses, filmes nacionais, documentários, blockbusters... E ainda temos
sempre a possibilidade de dar uma passadinha na livraria do lado e comprar
aquela pipoca de rua.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.
Foi Guerra Nas
Estrelas que assisti em 1978 no extinto Cine Coral, onde hoje funciona o Espaço Itaú. Ali eu percebi que o cinema era uma arte sem limites.
Eu tinha sete anos de idade e foi o primeiro filme legendado que vi na minha
vida. Eu saí do cinema sem entender metade do que tinha acontecido, mas com a
certeza de que minha vida nunca mais seria a mesma.
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
É difícil conseguir escolher um diretor favorito. São tantos
e variam de semana em semana. A lista é longa. Os cineastas que admiro vão
desde Chaplin a Kieslowski, passando por Alan
Parker, Milos Forman, Woody Allen, Martin Scorsese, Errol Morris... Cada um
deles marcou um momento importante na minha vida. Já filme favorito, esse não
tenho nem como titubear. Magnolia do
Paul Thomas Anderson é o melhor
filme já feito na história da humanidade não só pela sua qualidade técnica, mas
também pelos temas que ele aborda como o perdão, reconciliação com o passado, a
necessidade de seguir adiante e de expressar o amor pelas pessoas. "Its Not Going to Stop, till you wise up". Me lembro de ter
assistido na estreia no UCI com
metade do público vaiando o filme. Acho que eles viram o Tom Cruise no cartaz e esperavam um filme de ação. Nessa mesma
noite, cheguei em casa e, por coincidência (ou não) passou na tv o clipe da Aimee Mann cantando Save Me. Corri para o computador para
saber mais sobre a obra e, depois de lutar contra a internet discada, li uma
linda crítica sobre o filme no site Cinema
em Cena que me trouxe ainda mais admiração, não só pelo filme, como também
pela profissão de crítico de cinema. Na época, voltei ao cinema umas cinco
vezes para rever o Magnolia e quando
eu comprei o Dvd importado, deixava ele rolando diariamente na minha televisão
feito um aquário. Era um período em que
eu já estava desistindo de trabalhar com cinema e esse filme foi uma epifania
como a que senti aos sete anos vendo o Guerra
Nas Estrelas. Graças a ele, eu segui adiante na profissão.
Até hoje agradeço a você, Raphael Camacho, e ao Cine
Joia por ter me proporcionado a oportunidade de rever esse filme numa tela
de cinema em 2016. Foi o maior presente que um cinéfilo pode dar a outro
cinéfilo.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
Acho que o primeiro filme nacional que me impressionou
muito, ainda na infância, foi o Pra
Frente Brasil do Roberto Faria.
É um cineasta que eu gosto muito pela versatilidade de seus filmes. Hoje sou
agradecido por ter tido a oportunidade de trabalhar com ele no documentário Dossiê Jango onde ele é um dos autores
do argumento junto com o Paulo Mendonça
e que trata de temas parecidos com os retratados no filme dele. Outro que gosto
muito é o Pagador de Promessas do Anselmo Duarte. É impressionante como
ele se mantém atual. Mas quando penso num filme que me traz um sorriso no rosto
e uma vontade de celebrar a vida é Todas
as Mulheres do Mundo do eterno Domingos
Oliveira.
5) O que é ser
cinéfilo para você?
Eu me lembro uma vez, ainda em 1999, quando encontrei por
acaso o Cavi saindo do Cinema onde
ele tinha acabado de assistir Pokemon -
O Filme. Eu perguntei a ele porque diabos ele resolveu assistir esse filme
e a resposta foi muito simples: "Não tinha mais nenhum outro filme pra ver
no cinema. Eu já vi todos os outros". Quando eu percebi que eu me
encontrava na mesma situação, resolvi seguir o exemplo, comprei um ingresso, e
fui torcer pro Pikachu. Acho que isso pode ser um sintoma de cinefilia.
Eu não sei como definir o que é ser cinéfilo em palavras. Pois
acho que cada um tem a sua experiência e a maneira de exercer o seu amor pelo
cinema. Posso falar apenas do ponto de vista pessoal e, para mim, ser cinéfilo
é enxugar as lágrimas enquanto respondo essa entrevista ao perceber que minha
vida é indissociável dos filmes que vi e das experiências que vivi dentro das
salas de cinema. Quando revejo ou leio sobre um filme sou capaz de lembrar
exatamente em que cinema eu o assisti pela primeira vez, com quem eu estava e o
que eu sentia nessa época. O cinema faz parte da minha trajetória na Terra.
Agradeço todos os dias aos mestres do cinema que despertaram essa paixão em
mim, à todos as aventuras que vivi no festival do Rio onde, muitas vezes sou
obrigado a escolher se devo almoçar ou assistir mais um filme, às longas noites
em que eu ficava na Cavideo sem
pegar filme nenhum (apenas olhando as capas dos Dvds e conversando horas sobre
cinema) e, principalmente, por cada minuto que passei dentro da sala escura me
emocionando com essa arte que hoje se tornou meu meio de vida.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por
pessoas que entendem de cinema?
Acredito que a maioria sim. Algumas pessoas precisam se
adaptar às diretrizes do cinema e ao tipo de público que ele atende, mas quem
trabalha com programação, certamente tem, no mínimo, um grande amor pela arte.
7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?
Nunca. Elas podem se
modificar, se adaptar, mudar o público, mas morrer jamais. O Cinema é eterno.
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram mas é ótimo.
Os Amantes do Círculo
Polar do Julio Medem é um filme
que me marcou muito. Vejo ele como uma poesia audiovisual. Eu acho que ele
chegou a ganhar prêmios no Festival de
Gramado em 1997, mas é um filme difícil de se encontrar para assistir. Um
documentário fantástico que eu também indicaria é o Democracia em Preto e Branco do Pedro Asbeg. Todo brasileiro deveria ver. Outro filme que me vem à
cabeça agora é o islandês Volcano (Eldfjall) de Rúnar Rúnarsson, mas sobre esse vou falar mais lá embaixo na última
pergunta.
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?
Eu acho muito arriscado abrir nesse momento. Mas, pelo que
estou acompanhando, é algo que parece ser inevitável. Se isso acontecer que
pelo menos seja feito com um sistema rígido de segurança, que garanta
capacidade mínima onde público, o uso de máscara durante toda a sessão e a
proibição de alimentos na sala. O Problema é garantir que essa fiscalização
seja feita com seriedade, pois nesse momento, o que está em jogo é a vida das
pessoas.
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
O cinema brasileiro, para mim, é um dos melhores cinemas do
mundo. Ele possui uma variedade de temas e estilos que dificilmente se encontra
em outras cinematografias e o sucesso que nossos filmes vêm fazendo em
festivais internacionais é uma prova disso. O problema é sempre a velha questão
de como fazer o nosso público ter acesso a essa variedade de filmes que são
produzidos e muitas vezes não encontram espaço nas salas de exibição.
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
Fernando Meirelles,
Kleber Mendonça, Daniel Rezende, Wagner Moura... A lista é enorme, pois
temos um grande número de artistas fantásticos. Mas, no final das contas, eu
acabo assistindo praticamente todos que são lançados independente de quem
dirigiu ou de quem está no filme.
12) Defina cinema com
uma frase:
Cinema é a arte da empatia.
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:
Em todos esses anos de cinefilia, existe uma coleção de
situações bizarras que vivi na sala de cinema. Já assisti filme do Denzel Washington numa sessão
vespertina com um casal transando do meu lado esquerdo e, do meu lado direito,
o lanterninha do cinema reclamando da vida e me pedindo conselhos se ele
deveria interromper o ato sexual ou "deixá-los serem jovens". Eu só
queria saber se o Denzel ia pegar o assassino ou não... Me recordo também de
uma epopéia vivida no Cine Odeon
durante a exibição do documentário do Scorsese
sobre o George Harrison durante
o Festival do Rio de 2013 onde, depois de meia hora de atraso, com o público
protestando, a sessão começou exibindo a segunda parte do filme. O público
vaiou e a sessão foi interrompida. Após uns dez minutos, a sessão reiniciou
seguindo todas as formalidades, anúncios de patrocinadores, vinhetas do
festival e o filme começou novamente pela segunda parte. O público foi ficando
cada vez mais nervoso, começou a gritar mais alto ainda e a sessão foi
interrompida de novo com o pobre do gerente do cinema dizendo que a primeira
parte do filme estava com problemas, pois tinha que ter uma senha para
destravar o arquivo e o cara que sabia a senha estava preso no trânsito em
botafogo (????). O gerente ainda sugeriu que começássemos pelo final do filme
para depois vermos o começo. O Público começou a ficar enfurecido e a sessão
virou um ato político com as pessoas subindo no palco protestando contra o
descaso pela cultura em nosso país, pelo aumento do salário dos professores e
outras pregando que, somente a união do povo, faria o filme ser exibido da
forma correta. A situação piorou com o gerente tendo que avisar que a sessão
seria cancelada, pois já tinha fila pro filme da sessão seguinte. O Odeon foi tomado pelo grito
ininterrupto de "Ninguem sai! Ninguem sai!!!". A situação já era
caótica quando, por algum motivo inexplicável, os autofalantes do cinema
começaram a transmitir uma... aula de língua portuguesa: "João foi ao
mercado. Qual o sujeito da oração?" "Vamos falar sobre oração
coordenada assindética...". A aula ficou rolando por uns 40 minutos em meio
a gritos de protestos, discursos políticos e um cara cantando o hino do
Botafogo. O mais bizarro é que eu estava chegando de uma viagem a Inglaterra
onde o documentário já tinha sido lançado nas lojas. Fui direto do aeroporto
para o cinema com minhas malas e com... o DVD do filme debaixo do braço.
Cheguei a oferecer pro gerente exibir o meu dvd, mas ele achou melhor não fazer
isso. Quando a situação já estava insustentável o tal funcionário que sabia a
senha chegou e o filme rolou finalmente na íntegra. E aí você vê a magia do
cinema: No final do filme, todos choravam e cantavam emocionados as músicas do George Harrison. Todo o stress que
havia acontecido até ali, agora pertencia ao passado. Vi pessoas aos prantos
agradecendo e abraçando o gerente emocionado. Tudo ficou bem no final daquela
saga que durou 7 horas e meia (menos para meu amigo que parou o carro no
estacionamento da cinelândia e pagou quase cem reais por conta de todo esses
contratempos).
Recentemente, passei por uma outra situação curiosa ao
assistir o filme Antes Que eu Vá.
Era uma sessão depois do almoço e, apesar do cinema estar vazio, eu fiquei numa
daquelas espreguiçadeiras que ficam na primeira fila. Devia ter mais umas 8
pessoas na sala. Acabei adormecendo por alguns instantes e quando acordei achei
que o filme estava um pouco fora de foco. O problema é que a espreguiçadeira
estava muito confortável para eu ter vontade de me levantar e ir reclamar.
Continuei assistindo o filme. O tempo foi passando e a imagem começou a ficar
cada vez mais embaçada. Cheguei a pensar que eu precisava de uma visita ao
oculista. O tempo passou e chegou uma hora que, além da imagem do filme estar
impraticável, a sala estava com um cheiro muito estranho de queimado.
Finalmente tomei forças para sair da espreguiçadeira, me levantar e gritar:
"Ô projecionista, olha o foco....". Foi quando vi que a cabine de
projeção e a sala inteira estava vazia com uma fumaça tomando conta de cada
centímetro dela. Achei que era uma alucinação típica do Donnie Darko. Eu não conseguia enxergar nem um palmo a minha
frente. Sai da sala correndo até chegar ao corredor do cinema completamente
escuro e com uma fumaça mais densa ainda. Eu já não conseguia mais respirar. De
repente, eu vi um vulto vindo em minha direção. Era um bombeiro me puxando pelo
braço e perguntando o que eu estava fazendo ali dentro, pois o shopping estava
pegando fogo. Ou seja: Eu assisti metade de um filme no meio de um incêndio.
Depois, quando eu estava no hospital tirando uma chapa do pulmão, pensei que,
seu eu tivesse morrido, teria sido um final de vida cinematográfico. Morrer
numa sala de cinema. Se isso acontecer algum dia, espero que, pelo menos eu
chegue ao final do filme.
14) Defina 'Cinderela
Baiana' em poucas palavras...
Acredita que eu nunca vi? Estou esperando ser lançado em Blu
Ray pela Criterion.
15) Muitos diretores de
cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta
precisa ser cinéfilo?
Acho que quanto mais referências, mais rico será a sua arte.
Eu sou viciado em cinema e procuro sempre buscar cada vez mais conhecimento e
explorar as obras, não apenas dos grandes cineastas, mas também de outros
diretores menos acessíveis ao grande público. Mas, ao mesmo tempo, eu
pessoalmente conheço diretores que não conhecem e nem tem interesse em conhecer
nada da obra de Truffaut, Bergman ou Tarkovski, mas que possuem um grande conhecimento técnico e
artístico que os possibilitam a fazer belos trabalhos. Acho que o mais
importante de tudo é você ter amor pela sua profissão.
16) Qual o pior filme
que você viu na vida?
Essa pergunta é muito difícil, pois já vi muito filme ruim
nessa vida. Mas pra escolher um mais recente, voto no Yoga Hosers do Kevin Smith
que passou há alguns anos no Festival do
Rio e que fala sobre salsichas nazistas.
Mas posso também acompanhar o relator e dar uma menção honrosa ao Apocalpise com o Nicolas Cage.
17) Quem teve a ideia
primeiro? Michael Haneke em 'Amour' ou Rúnar Rúnarsson em 'Volcano' (Eldfjall)?
O mais interessante é que essa pergunta não tem nada a ver com
o resto do questionário, mas eu tinha certeza de que o Raphael não ia resistir
em não fazê-la. Em 2011, eu estava viajando pela Islândia e, por coincidência,
estava tendo um festival de cinema por lá. Resolvi conferir o tal Volcano que era o indicado pelo país a
concorrer uma vaga ao Oscar. Saí do cinema impactado por aquele filme tão
triste e tão belo e, ao mesmo tempo, senti uma grande frustração por não ter
com quem comentar. O filme acabou não sendo indicado ao Oscar e, ninguém mais
falou dele. O Tempo passou, e, no começo de 2013, fui assistir o Amour do Michael Haneke que tinha sido o vencedor do Oscar de Filme
Estrangeiro daquele ano. O filme era maravilhoso, mas no meio da projeção,
comecei achar que o ele estava ficando muito parecido com o outro que eu tinha
visto na Islândia um ano e meio antes. Quando chegou a cena mais dura e
impactante do filme, o cinema inteiro gritou e eu fiquei meio apático com a
sensação de que eu já tinha visto aquilo em algum lugar. Eu achei que eu estava
ficando maluco até que encontrei o Raphael
Camacho que me disse que, um dia tinha, visto um filme Islandês que se
parecia muito com o Amour. Foi um
alívio ter a sensação de que eu não estava sozinho nesse mundo. Me senti como
parte daquele casal do filme Yesterday
que são os únicos que se lembram dos Beatles.
Eu e Raphael já travamos vários debates e formulamos várias teorias, mas até
hoje eu não sei se um filme inspirou o outro ou se os dois cineastas tiveram a
mesma ideia. O fato é que tanto o Amour
como o Volcano são dois filmes
fantásticos e que merecem ser sempre vistos e redescobertos.