05/09/2020

Crítica do filme: 'Freaks: Um de Nós'


A sociologia em evidência num mundo de batalha entre o egocentrismo e o bem coletivo. Repaginadas entre conceitos sociais e universo geek parece estar chegando como uma forte tendência em projetos espalhados pelo mundo principalmente em opções de segunda janela de exibição. Freaks: Um de Nós, disponível no catálogo da Netflix, fita alemã com direção de Felix Binder e roteiro assinado por Marc O. Seng tenta adicionar seus diferenciais explorando uma forte questão familiar dentro de um novo conceito ligado ao ‘superheroísmo’ na vida de uma mulher forte e batalhadora. Há muitas variáveis legais e bem exploradas nesse interessante recorte.

Na trama, conhecemos a mãe de família Wendy (Cornelia Gröschel), uma mulher forte que trabalha em um restaurante e luta dia a dia, quase sem descanso, por uma vida melhor para ela, o filho, e seu marido, o segurança Lars (Frederic Linkemann). Certo dia, após um encontro com um homem pedindo comida, é lhe revelado que se parar de tomar pílulas que toma desde criança ela terá o descobrimento de algum super poder pois ela faz parte de um grupo de pessoas especiais. E não dá outra! Após descobrir seu poder, faz novas amizades e descobre que um dos amigos de trabalho, Elmar (Tim Oliver Schultz) também tem poderes. Assim, como toda boa história de super heróis, dramas vão se envolvendo e um vilão aparece aos poucos.

O conceito do herói é bem tratado da forma sociológica, nas lutas diárias entre os egoísmos de uns e do fazer o bem ao próximo de outros. Os contrapontos compõe o bom roteiro, pisa em clichês mas não de maneira cansativa deixando uma força nos personagens, numa espécie de criação de uma linguagem de desconstrução que é simples e eficaz. Na subtrama familiar que Wendy enfrenta não se coloca como plano de fundo, suas atitudes e consequências passam pelo racional e dúvidas sobre o que fazer dali pra frente após ela saber que tem poderes. Wendy é uma heroína batalhadora, que enfrenta o mundo com unhas e dentes e precisa lidar quando uma nova variável encaixa em seu modo de viver. Bem parecido com muitos de nós.