As desilusões fria e crua da realidade dentro da esfera feliz de uma pessoa de bem, cheia de energia. Dirigido por Brett Haley (Por Lugares Incríveis, O Herói, Coração Batendo Alto) e com roteiro por Haley, Marc Basch, baseado na obra Sorta Like a Rock Star do escritor Matthew Quick (O Lado bom Da Vida) que também contribui no roteiro do filme, Quase uma Rockstar é um dos melhores filmes do catálogo da Netflix que absurdamente foi mega mal divulgado. Espero que num futuro bem próximo todos possam assistir a esse belíssimo e emocionante trabalho que fala sobre sonhos, realidade dura e navega entre construções e desconstruções emocionais dolorosas de uma forte protagonista interpretada brilhantemente pela atriz havaiana Auli'i Cravalho.
Na trama, conhecemos a iluminada em simpatia Amber (Auli'i Cravalho), uma jovem do high
school norte-americano que logo nos primeiros minutos de projeção percebemos que
vive em uma grande dificuldade com sua mãe Becky (Justina Machado). Ambas dormem todas as noites dentro de um ônibus
que fica em um estacionamento de uma frota de veículos escolares. A rotina de
Amber é intensa, se virando da maneira que pode, nunca deixa de transmitir amor
e alegria para seus amigos, no asilo onde ganha uns trocados e na sua escola onde
sempre está lutando por causas sociais. Mas sua vida vira de cabeça pra baixo
(mais ainda) quando um tragédia coloca todo seu otimismo em xeque. Assim, é a
hora do mundo retornar todo amor que depositou dia a dia nele.
O carisma da protagonista é algo contagiante. Desbravando
sentimentos ruins e lutando por dias melhores, a jovem batalhadora tenta vencer
todos os obstáculos que são colocados em sua frente. A relação mãe x filha é
bem detalhada, profunda que gera muitas reflexões principalmente pelo fato da
violência que a mãe sofreu e sofre do namorado. Amber é valente, positiva e
quando sua vida muda de figura, parece que uma carga desproporcional de
maturidade é consumida sugando todas as boas energias e ligando o modo
sobrevivência.
As lições que Quase
uma Rockstar traz são inúmeras. Nossa sociedade precisa assistir a filmes
assim, que mostram duras realidades mas que enxergam, dependendo da porta que
você abrir, saídas inimagináveis que dão novamente um novo sentido a tudo, da
emoção à razão. Lindo filme.