16/09/2020

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Pausa para uma série: #12 - Away


A solidão dos laços de família e o equilíbrio de mentes brilhantes buscando o brilhantismo em busca de um alvo nunca alcançado pela humanidade. Lançado nesse início de setembro pela Netflix, Away é um seriado que nos mostra cinco astronautas de países diferentes que possuem um único desejo e objetivo: conseguir pousar em marte. Seus conflitos, suas escolhas e quem deixam para trás, principalmente em torno da vida da capitã da expedição interpretada pela duas vezes ganhadora do Oscar de Melhor Atriz Hilary Swank (ótima no papel), contornam os intensos episódios.  É um drama profundo disfarçado de sci-fi. Destaques para as interpretações de Josh Charles e Talitha Eliana Bateman.

Rodado em sete meses na cidade de Vancouver, Away conta a história de Emma Green (Hilary Swank) uma mulher guerreira, inteligente, mãe que treinou a vida toda para ser astronauta. Sua grande chance finalmente chega e lhe é designada para ser a comandante de uma inédita expedição com quatro outros astronautas que irá pousar em Marte. Casada com o engenheiro da NASA Matt (Josh Charles) e com a filha Alexis (Talitha Eliana Bateman) chegando na adolescência, Emma precisará equilibrar bem suas escolhas já que ficará alguns anos fora longe da Terra. Além dos conflitos intensos e tensos dentro da aeronave, Emma precisará ser esposa e mãe, mesmo que a distância.

Há complexos paralelos quando pensamos em emoções familiares e paradoxos perceptíveis do melhor estilo homem x humanidade. O primeiro é o recheio de uma grande parte dos arcos dos episódios, o foco na maior autoridade dentro da nave se completa com boas subtramas dos outros personagens. Parece que cada episódio de alguma forma é dedicado à algum desses bravos astronautas rumo a uma viagem inédita na corrida espacial. Sobre os paradoxos, pontos interessantes em buscarmos argumentação chega muitas vezes como explicação, quase uma desculpa, dos porquês das escolhas deles estarem ali naquela situação, a favor de um bem maior para a humanidade.  

Alguns podem reclamar do ritmo, lento mas com ótimo grau de detalhes e nunca se tornando maçante. Os pequenos elementos são na verdade peças para decifrarmos um pouco o elaborado panorama emocional criado, remodelado, construído e descontruído. É uma boa série. Redonda. Com boas reflexões sobre relacionamentos.