07/11/2020

Crítica do filme: 'Longe da Árvore'


O consenso cultural nem sempre retrata a melhor maneira de enxergamos como podemos nos amar sendo quem somos. Explorando a montanha russa, os altos e baixos, da relação de pais e filhos, Longe da Árvore impactante documentário dirigido pelas cineastas Rachel Dretzin e Jamila Ephron, baseado em partes em um livro (Far from the Tree) do escritor Andrew Solomon, percorre um olhar por dentro da vida de algumas famílias. São profundos e alguns dolorosos relatos, emocionante em muitos momentos, pais e filhos e suas descobertas diárias nessa relação que para uns parecem fáceis mas que sempre vão ter bons e nem tão bons momentos.


São vários os olhares que acompanhamos ao longo de cerca de 90 minutos de projeção. Jason tem síndrome de Down e seus pais sempre enfrentaram todo o tipo de preconceito com avanços corajosos na educação dele, que, mesmo com essa deficiência, consegue realizar tarefas básicas como a rápida matemática de maneira igual aos de sua idade; os relatos emocionados da mãe de Jack, um dos personagens, um jovem com autismo, sobre todas as maneiras que buscarão para melhor a situação dele, principalmente na hora de interagir com os outros; Loini, que sofre por ser diferente e não ter contato com outras como ela que possuem o nanismo mas acaba se encontrando em uma convenção anual da associação gente pequena dos Estados Unidos. O idealizador do livro e sua batalha antes perdida em entender seus pais após anunciar para a família que era gay; pais que levam uma culpa para sempre após uma tragédia impactar para sempre as suas vidas.


São registros por meio de vídeos, depoimentos atuais, reflexões sobre os impactos da criação de uma família. Não é uma escolha os pais amarem seus filhos. Em Longe da Árvore vamos acompanhar batalhas emocionais, força de vontade, novas descobertas, desejos, condições tudo isso de maneira muito reflexiva e que de alguma forma deixa muitas lições para todos nós.