25/11/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #191 - Pedro Coutinho


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Pedro Coutinho tem mestrado em cinema pela Columbia University. Em 2018, lançou Todas As Razões Para Esquecer, seu primeiro longa-metragem, como diretor e roteirista. O filme foi indicado ao grande prêmio do cinema brasileiro de melhor comédia do ano e, atualmente, está disponível na Netflix. Seus dois curtas-metragens O Nome do Gato e O Jogo foram selecionados para mais de 60 festivais nacionais e internacionais. Dirigiu também a segunda temporada da série de televisão Elmiro Miranda Show, da TBS. Escreveu o piloto e foi roteirista final da série Eu, Ela e 1 Milhão de Seguidores do Multishow. Colaborou no roteiro de O Homem Perfeito de Marcus Baldini. Além disso, já dirigiu comerciais para grandes marcas, como: Coca-Cola, Netflix, P&G, Bayer e McDonald’s.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Reserva Cultural. Por achar que tem uma programação mais globalizada, trazendo filmes de diversos países, sem ter uma preocupação específica com demandas de gênero e mercado. 

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O Rei Leão.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Antonioni. Deserto Vermelho.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Cidade de Deus, porque foi muito impactante quando vi a primeira vez, pois foi num momento de escolhas profissionais, pra mim, e ter assistido Cidade de Deus na época do lançamento abriu horizontes no sentido do tipo de cinema e histórias que poderiam ser contadas aqui.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Assistir qualquer tipo de filme, independente do gênero e nacionalidade, ou seja, aquela pessoa que não escolhe filme, assiste.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acho que não... As salas, geralmente, são dominadas pelos filmes que tem mais investimento em marketing, não que seja um problema, mas é a realidade. 

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não, apesar de achar que o número de salas vão diminuir, infelizmente, devido a oferta que temos hoje em dia nas nossas casas, mas a experiência de ver um filme numa tela de cinema é única. Nunca vai acabar. 

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Climas do diretor turco Nury Bilge Ceilan. Fala sobre o fim de uma relação com sensibilidade ímpar.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não me acho em condições de opinar sobre esse assunto. As autoridades de saúde que estão aptas para determinar ou não a abertura das salas.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que a qualidade vem evoluído muito, principalmente, nas duas últimas décadas, amplificando nossa variedade de filmes e gêneros e aumentando muito a confiança do público com o nosso cinema. O problema é o retrocesso atual que está acontecendo na Ancine. Nesse momento não sei mesurar o quanto já está afetando nossa produção, mas, com certeza, é um grande baque para todo um mercado que vinha num crescimento constante.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Frase do Orson Welles, mas resume tudo pra mim:  cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Teve uma vez que fui ameaçado por um pitboy (palavra da moda de uma época no Rio) porque pedi para ele fazer silêncio cinco vezes, assistindo um filme do Woody Allen. Foi engraçado que quase no final do filme, depois do meu último pedido, ele se levantou e disse que ia me esperar lá fora para brigar, mas no final não deu em nada.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Desculpa, mas não sei o que é rsrsrsrs.

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho que não necessariamente. Cinema pra mim é saber conduzir emoções, traduzir em imagens sensações que espectador possa se identificar e refletir. Se o diretor consegue fazer isso, pra mim é indiferente se ele é cinéfilo ou não.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Nossa, já vi tanto filme ruim, mas o primeiro que me veio à cabeça agora foi O Especialista, mas têm vários outros, até piores.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Hoop Dreams.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, algumas vezes, principalmente em pré-estreia de filmes de colegas rsrsrsrs.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Minha memória é péssima, então o que lembro agora é o Vício Frenético.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

IMDB.