21/02/2021

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Pausa para uma série: 'Challenger: Voo Final'


A arrogância é uma das maiores razões dos erros humanos. Contando com muitos detalhes os entornos de uma das maiores tragédias em solo norte-americano da história desse planeta, a explosão, cerca de um minuto após a decolagem do ônibus espacial Challenger que levava à bordo sete tripulantes, seis astronautas e uma professora em 28 de janeiro de 1986. Nessa minissérie em bem divididos quatro episódios com cerca de 40 minutos de duração, vamos conhecendo melhor o contexto que cercava as viagens espaciais naquela época, escutamos depoimentos emocionados de amigos, familiares dos tripulantes e materiais de áudio e vídeo dos próprios astronautas feitos nas vésperas do acontecimento catastrófico que fora televisionado, ao vivo, para milhões de pessoas. Conhecemos também, fatos (alguns até documentados), dentro de uma exposição bastante objetiva sobre o que aconteceu naquele dia e os prováveis culpados pela tragédia. Produção executiva assinada por J.J. Abrams e disponível na Netflix.


Os primeiros episódios são muito bem fundamentados e detalhados como um todo o início do programa espacial na forma de Ônibus Espaciais com a seleção de cerca de 30 integrantes para treinamentos de dois anos e logo após encaixes em viagens nas novas naves desse programa. Muitos dos selecionados para aquela viagem da Challenge vieram desse treinamento. Porém, a figura mais representativa desse lançamento foi a civil, professora de ensino médio e fundamental, Christa McAuliffe.   


Logo avançamos para um paralelo fundamental para entendermos todas as razões e consequências do que veríamos mais pra frente. Tudo parte do desejo da NASA (que possuía desconfiados exorbitantes orçamentos aprovados pelo Governo) de transformar em marketing a ideia de que um ‘ônibus espacial’ é um lugar seguro quanto tanto uma aeronave comercial. Na verdade, não era. O projeto mostra alguns depoimentos que chegam nessa vertente, inclusive de um dos tripulantes, o astronauta Dick Scobee comandante da missão.


O primeiro voo da NASA com uma civil à bordo deixou um enorme trauma no coração esperançoso dos norte-americanos acostumados com sucessos. Mas obviamente, culpados seriam encontrados. Nos arcos finais, entendemos melhor as horas que sucederam a tragédia, com direito até a descoberta de uma reunião emergencial para saber se tinham realmente condições de decolarem por conta das baixas temperaturas do dia marcado para o lançamento do sexto voo do programa que teve também Columbia e Atlantis. Percebemos grande arrogância pelos corredores da famosa agência espacial norte-americana, principalmente pelo sucesso de um período das viagens para o lado de fora do planeta, viagens à lua e lançamentos de satélites. Mesmo sabendo o final catastrófico, é angustiante acompanhar a sequência de fatos que levaram ao trágico ocorrido. Excelente e esclarecedora minissérie.