Quando o introspectivo se une ao intermediário. Um dos concorrentes ao próximo Oscar de Curta-metragem de ficção, The Letter Room, ou a Sala de Correspondência, se formos traduzir literalmente para o nosso idioma, conta a história de alguns através do olhar curioso de um personagem que acaba sendo testemunha de relatos pessoais da família e dos presos, inclusive para os que estão no corredor da morte, após assumir o novo cargo de diretor de comunicação dos prisioneiros. Escrito e dirigido pela cineasta Elvira Lino, o projeto (com potencial de ser um longa-metragem) possui um indecifrável lado tragicômico escondido por trás da história, sentimos que há muito mais por conhecer desse curioso protagonista. Ótima interpretação do ator Oscar Isaac.
Na trama, conhecemos o boa praça e simpático agente penitenciário
Richard (Oscar Isaac), um ser solitário
que vive de ir ao trabalho e voltar pra casa, tendo apenas a companhia de seu
cachorro. A fim de se desenvolver profissionalmente, se inscreve para outras
funções na penitenciária que trabalha, por mais que tenha um ótimo
relacionamento com os outros guardas, a chefe do local e os presos. Assim caba
indo para no setor de comunicação da prisão, onde precisa escanear e analisar
possíveis irregularidades nas mensagens externas que chegam para os que estão presos.
Mas ele acaba se envolvendo mais do que devia e assim acaba embarcando nas
soluções de duas questões para dois prisioneiros.
Há um composto interessante ligado ao desejo e as emoções
que o guarda acaba sentindo, não consegue fugir das diversas reflexões daquelas
palavras espalhadas nas mensagens. Precisa ir atrás das resoluções daquela
história, como se fosse um intermediador, um fato que acaba se conectando com
seu perfil introspectivo de pouco contato com o mundo lá fora. O personagem em
cima é longe de ser caricato detalhista, inclusive controla a alimentação
através de um bloquinho de papel preenchido com as calorias diárias ingeridas,
talvez uma ideia que teve a partir de alguma referência que viu nas dezenas de
horas que fica de frente para a televisão quando não está trabalhando.
Em cerca de 30 minutos, ficamos refletindo muito sobre a
personalidade e as ações tomadas, certas ou erradas, pelo personagem, gerando a
curiosidade de querer conhecer mais sobre a história dessa alma introvertida e
as prováveis sinucas que se envolve a partir da curiosidade.