E se o amor for uma definição do destino e genética? Usando e abusando entre o possível e o imaginativo, distância quase sempre sem possibilidade de medição por conta do avanço tecnológico que o mundo se acelera a cada dia, The One, série britânica disponível na Netflix, nos questiona sobre o amor e suas formas de encontrar uma alma gêmea nos apresentando também a ambição personificada por uma vilã bem definida, quase implacável, que faz de tudo para não quebrar qualquer princípio razoável do seu egoísmo, destaque para sua intérprete a atriz Hannah Ware. Repleto de polêmicas, esse seriado, pode ser que agrade muito a alguns e nada a outros.
Na trama, conhecemos os amigos Rebecca (Hannah Ware), James (Dimitri
Leonidas) e Ben (Amir El-Masry),
um trio de estudiosos com um futuro de sucesso nas suas áreas. Certo dia,
Rebecca e James descobrem uma maneira de que a partir de um teste de DNA uma
pessoa possa encontrar seu parceiro perfeito. Assim, montam uma enorme empresa
chamada The One (que logo vira um sucesso) comandada nos tempos atuais por
Rebecca e com James bem afastado dela. Aos poucos, entre flashbacks detalhados
e informações entrelaçadas vamos conhecendo segredos que aconteceram no passado,
no início da criação da empresa e também os motivos da morte de Ben, que é
investigada pela detetive Kate (Zoë
Tapper).
Dentro dos fatores positivos podemos afirmar, sem grandes
spoilers, que as subtramas em relação a aceitação de entrar ou não nesse
universo de combinações genéticas são bem interessantes. Enxergarmos assim o
relacionamento de Hannah (Lois Chimimba)
e Mark (Eric Kofi-Abrefa) que vira
de cabeça para baixo quando a primeira resolve ir encontrar a combinação
genética de Mark; a subtrama de Kate que envolvida nos mistérios de Rebecca
também se submete a uma combinação e seu desenrolar é um dos principais elos
construtivos para a criação de uma provável segunda temporada; a própria
transformação da grande vilã da série e como a desconstrução da personagem fora
feita na junção entre o que houve no passado, no presente e seus objetivos para
o futuro. Mas há situações que ficam apenas na superfície, uma delas, a de James,
um dos motores de partes da trama, personagem que nem de longe chega a seu
total potencial de impacto pelo tamanho de informações que ele sabe.
The One provoca o
espectador a todo instante. Mas vale um amor encontrado, construído, com
começo, meio, com seus defeitos e lados positivos, conforme as leis da vida ou
o comodismo, a preguiça de ser geneticamente encontrado por alguém para se amar
perdidamente, sem início, nem meio, apenas a genética gritando? Será que os
apostos realmente se atraem?