O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.
Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Juliana Rocha tem 29 anos. É jornalista,
estudante de roteiro e sonoplasta. Trabalha em uma agência de comunicação em
SP, mas nos últimos anos tem se especializado mais no audiovisual. Também é
especialista em projetos culturais e leis de incentivo fiscal.
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
Eu gosto muito da variedade na seleção de filmes do Itaú
Cinemas. Tem muitos filmes independentes, exibição de curtas e nas mostras e
festivais sempre tem muitos filmes que valem a pena! A sala que eu mais vou é a
da Augusta.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.
O primeiro filme que eu vi no cinema foi Scooby Doo hahaha,
mas o primeiro filme que eu vi no cinema que me deixou realmente encantada e
emocionada foi Harry Potter e Câmara
Secreta. Mais do que o filme, toda a aura do espaço, da tela grande,
daquelas escadas até sua poltrona, tudo isso me encanta até hoje.
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
É muito difícil escolher um só, mas devo dizer que é o Christopher Nolan. Esse jeito metódico
e até meio “frio” dele, sempre me fascinou. Pra mim, Batman o Cavaleiro das Trevas é a obra-prima dele e meu favorito.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
Deus e o Diabo na
Terra do Sol. É incrível o que o Glauber
Rocha fez só com 25 anos. É o meu preferido porque, pra mim, esse filme é a
cara do Brasil: tem cordel, cangaço, sertão e a relação política-religião, tudo
muito visceral, natural e construído por personagens maravilhosos. É um filme
realmente revolucionário que mudou para sempre a forma de narrativa do cinema
brasileiro.
5) O que é ser
cinéfilo para você?
Acho que ser cinéfilo vai além de você ficar se gabando por
ter visto x filmes iranianos. Cinéfilo é quem enxerga a atividade de ver uma
obra audiovisual em toda sua totalidade, são pessoas curiosas que vão além das
2 horas de duração do filme. Gostam de pesquisar, conversar, indicar e entender
a importância de cada obra na sociedade. Gente que gosta muito de cinema e
procura tornar esse amor como parte da sua vida pessoal ou profissional.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por
pessoas que entendem de cinema?
Nessas salas menores a programação é mais direcionada sim,
mas nas grandes redes, os blockbusters e os filmes de grandes estúdios são os
que dominam mesmo e acabam, inclusive, tirando o espaço para produções
pequenas.
7) Algum dia as
salas de cinema vão acabar?
Do fundo do meu coração eu espero que não, porque a
experiência de entrar em uma sala de cinema salva até um filme ruim. Mas eu
acredito que com a venda de grandes estúdios para gigantes do streaming como a Amazon, Disney e Netflix, as salas vão ser reduzidas, sim. Acabar acho que não, mas
acho difícil essas redes de cinema manterem tantas salas no futuro. Espero
estar bem errada rs.
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram mas é ótimo.
Projeto Flórida
(2017). Eu amo esse filme porque ele parece ser até um documentário pela forma
que o diretor filmou. A protagonista é uma criança e a gente logo se conecta
com ela por todo ar intimista e bem natural do filme.
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?
Não. Eu cheguei a ir ano passado, mas me arrependi. Mais do
que todos as normas e protocolos sanitários, acho que a reabertura dos cinemas
seria uma normalização da pandemia e de todas as mortes.
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
A gente tá evoluído muito e vamos evoluir ainda mais quando
não focarmos exclusivamente no gênero do humor. Tem muita gente com histórias
boas e inovadoras, o mercado das séries é um bom termômetro pra gente perceber
isso.
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
Fernanda Montenegro.
12) Defina cinema com
uma frase:
Eu gosto de como Fellini
define: “Cinema é um modo divino de contar a vida”. Acho que isso que torna
tudo mágico.
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:
Eu fui assistir A
Cabana e comecei a dar risada porque em um momento do filme, absolutamente,
TODA as pessoas estavam chorando emocionadas hahaha. Achei engraçado!
14) Defina ‘Cinderela
Baiana’ em poucas palavras...
À frente do seu tempo.
15) Muitos diretores
de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um
cineasta precisa ser cinéfilo?
Cinema é técnica e muita gente esquece isso. Acho que não
precisa ser um cinéfilo, mas é bom você ter referências, até pra você criar uma
identidade como diretor e entender que história você quer contar pro público.
16) Qual o pior filme
que você viu na vida?
Já vi muitos filmes ruins, mas vi recentemente o Milagre na Cela 7 e esse me irritou
demais. Odeio filme que apela demais pra emocionar o expectador.
17) Qual seu
documentário preferido?
Fahrenheit 9/11.
18) Você já bateu
palmas para um filme ao final de uma sessão?
Ainda não.
19) Qual o melhor
filme com Nicolas Cage que você viu?
Con-Air, com
certeza. Não sei quantas vezes já vi esse filme na vida!
20) Qual site de
cinema você mais lê pela internet?
Omelete.
21) Qual streaming
disponível no Brasil você mais assiste filmes?
Telecine Go.