Quando um roteiro se arrasta pelos clichês. Dirigido pelo cineasta português Miguel Alexandre, Ilha de Segredos, disponível na Netflix, é um filme com pouca inspiração, busca em um suspense sem lógica encontrar suas justificativas para o que vemos nos cansativos 105 minutos de projeção. Tendo como figura central uma misteriosa personagem que consegue acesso a tudo e a todos com suas manipulações que mais parecem aquelas vistas em características de vilãs emblemáticas da nossa televisão. Nesse caso, já definir o tabuleiro cinematográfico entre os vilões e os heróis acaba perdendo a força quando o roteiro escorrega em cenas absurdas e ações forçadas. Mais uma decepção desse 2021.
Na trama, conhecemos Jonas (Philip Froissant) um jovem atormentado por sequentes tragédias em
sua vida que o faz morar com seu avô que teve pouquíssimo contato durante toda
sua vida onde nasceu, uma ilha pertencente a Alemanha. Ele sempre conta com a
ajuda da amiga Nina (Mercedes Müller).
Certo dia, após alguns meses das mencionadas tragédias que se seguiram em sua
vida, chega à escola a nova professora de alemão Helena (Alice Dwyer), uma mulher misteriosa que em pouco tempo na ilha já
se relaciona com Jonas e apresenta misteriosos olhares que escondem segredos
sobre seu passado.
Roteiro forçado, personagens sem brilho, um longa-metragem
alemão que se apoia em clichês para tentar criar arcos construtivos de dramas
mal explicados. Há uma tentativa de troca de ótica mas o que nos leva até a
trama principal são as ações imaturas de Jonas, que está chegando na fase
adulta e cria uma fascínio por essa nova professora mesmo tendo a certeza do
amor de Nina ao seu lado. Esse triângulo já visto em muitos seriados e filmes por
aí, não sustenta toda a trama pois para entendermos os porquês de Helena poucas
lacunas são preenchidas.
Ilha de Segredos é
um passatempo que você até pode gostar caso não coloque aquela lupa para enxergar
a quantidade de problemas que o roteiro apresenta.