16/09/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #518 - Thamiris Claudino


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Thamiris Claudino tem 28 anos. É Estudante de Administração de Empresas, fã da melhor série de comédia já produzida neste planeta, intitulada de: The Office, apaixonada por drama e terror psicológico e dona do cachorrinho mais lindo, Tobias. Fala sobre o universo da sétima arte de uma forma mais descontraída lá no @tameindica .

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Gosto muito do PlayArte Splendor por ter uma programação diversa, que vai além dos filmes mais blockbusters. Acho democrático!

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme que vi no cinema foi Simão, o Fantasma Trapalhão, lá em 1998 (meu Deus, tô me sentindo tão velha). Lembro da baby Thami ter amado a experiência de ver um filme numa tela enorme e com uma acústica tão boa. Mas acho que o filme que me fez pensar nas infinitas possibilidades que o cinema é capaz de explorar foi 127 Horas. Acho que pelo fato de ter sido baseado numa história real e na atuação incrível do James Franco.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Gosto bastante do David Fincher e seus thrillers. Mas o filme que fez minha cabeça explodir foi aquele filme que a primeira regra é não falar sobre! Clube da Luta, pra mim, é o trabalho mais original desse diretor, que conseguiu deixar a história do livro (que também é maravilhosa, por sinal) ainda melhor com aquele final.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Central do Brasil tem um lugar especial no meu coração. Conseguiu transmitir de forma delicada e com maestria o retrato de um Brasil que todos sabemos que existe, mas que é tão difícil de encarar. O filme é delicado e fiel ao mostrar o país da pobreza e do analfabetismo, mas ao mesmo tempo tão caloroso em sentimentos. Fernanda Montenegro com certeza merecia aquele Oscar!

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É não só quem ama e consome tudo o que faz parte do universo que envolve a sétima arte, mas que também não se prende somente nos filmes mais cults e consegue explorar todos os gêneros possíveis, se apegando ao que de fato, gosta de consumir. Tá tudo bem assistir uma farofada de vez em quando.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que a maioria dos cinemas, como toda empresa, precisa de lucro e não há como negar como é difícil para um filme mais independente concorrer com um mais popular, na venda de ingressos. Então as salas de cinema acabam optando em dar lugar para esses filmes. O que é um tanto quanto triste.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não. O cinema é imersivo, e as pessoas gostam disto. As sensações e as percepções dos filmes que assistimos em uma sala de cinema são diferentes de quando estamos na sala da nossa casa, cheios de distrações e aparelhos tecnológicos não tão bons, como os das telonas.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Cafarnaum. Um filme libanês dirigido pela talentosa Nadine Labaki, que retrata a vida de um garoto que vive em extrema pobreza, tendo sua infância negligenciada pelos pais e pela sociedade. É um filme tão real que por muitas vezes me fez sentir que estava assistindo um documentário. As atuações são excelentes.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Agora que a vacinação já está avançando bastante, acredito que a população se sente mais segura para retornar. Se as salas continuarem a cumprir todos os protocolos, acho que deveriam continuar abertas sim.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Bacurau e Pacarrete (ambos de 2019) estão aí para provar a qualidade da produção dos filmes brasileiros atualmente. Apesar de Bacurau ter ganho uma proporção gigantesca, essa não é a realidade da maioria dos filmes realmente bons que o Brasil produz, que acabam perdendo lugar de destaque para os filmes mais blockbusters. Mas isso não anula essas produções que não conseguem o destaque que merecem e que mesmo assim brilham nos festivais de cinema e nas premiações.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura e Alice Braga.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A maior e mais linda possibilidade de enxergar outros mundos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando meu sapato caiu na fileira da frente e eu tive que assistir o filme todo descalça, torcendo pra pessoa da frente não perceber que havia um sapato aleatório debaixo da poltrona dela. No final deu tudo certo e aprendi sobre a importância do cuidado ao retirar os sapatos na sala de cinema.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Surto coletivo.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acredito que sim, né?! Como toda profissão, é preciso ter conhecimento, bagagem, referências... Mas não acho que só ser cinéfilo basta, a criatividade e o olhar diferenciado e crítico com certeza devem se fazer presentes.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Com certeza foi Chernobyl, um filme de 2012. É totalmente previsível, atuações péssimas, roteiro super preguiçoso e um final que fiquei desacreditada de tão ruim.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Crip Camp: Revolução pela Inclusão. Um documentário lindo, tocante e super necessário que fala sobre a luta pelos direitos das pessoas com deficiências.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

E teve alguém que não bateu palmas pra Vingadores: Ultimato no cinema? Eu nem sou tão fã assim de filmes de super heróis, mas reconheço o feito que a Marvel conseguiu fazer nessa sequência de filmes que aconteceu durante vários anos. 

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Não costumo assistir muitos filmes com ele, mas gostei do Cidade dos Anjos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Adoro Cinema.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

HBO Max, Prime Video e Apple TV+.