As forças do sentimento chamado de amor. Abordando uma relação bastante peculiar entre duas almas já no final de suas vidas, Sanremo busca suas forças na delicadeza mesmo que uma cratera dentro do roteiro se torne cada vez mais evidente deixando o espectador com muitas pontas soltas e partindo para o campo complicado da suposição. Indicado da Eslovênia para uma vaga ao próximo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, o projeto é dirigido pelo cineasta bósnio Miroslav Mandic.
Exibido na Mostra de Cinema de SP 2021, o filme apresenta Bruno
(Sandi Pavlin) e Duša (Silva Cusin) dois idosos que vivem seus
dias reclusos em uma casa de repouso em uma região afastada dos grandes
centros. Eles possuem uma harmonia nítida e a cada vez que se veem parece que é
a primeira vez, principalmente se pensarmos no ponto de que ambos sofrem de
demência. A única ligação forte que eles possuem é uma canção antiga que fora
exibida em uma festival que ambos provavelmente foram na juventude.
Há uma beleza nas cenas, no modo de filmar, até mesmo em sua
lenta narrativa. Só que Sanremo peca
onde é fundamental não pecar, no ritmo e nas explicações, também nos porquês
que são esquecidos e nos forçam a completar nossas lacunas com suposições. O
relacionamento dos protagonistas é definido pelas memórias, nosso campo de reflexão
sobre acaba chegando através de uma canção, um simbolismo cheio de significados.
Como não há subtramas, tudo fica muito jogado em um roteiro que se torna
objetivo, mas sem profundidade, a todo instante.