Quando o mundo gira ao nosso redor. Em mais um papel desafiador na sua gloriosa carreira, Glória Pires volta as telonas na pele de uma amargurada personagem, que se vê a beira de um colapso emocional por conta de uma série de conflitos que vão desde a descoberta de uma terrível doença incurável até a corrupção no departamento de polícia que trabalha. Ao longo de 95 minutos vamos acompanhando um grande quebra-cabeça investigativo que cai na obviedade em alguns momentos, passando por uma confusa montagem mas que consegue se sustentar na força da história da protagonista brilhantemente interpretada por Glória Pires, que levou o Kikito de Melhor Atriz no último Festival de Gramado. A direção é assinada por Pedro Peregrino que faz sua estreia em longas-metragens.
Na trama, conhecemos a comissária da polícia Lúcia (Glória Pires), uma mulher forte, sozinha,
batalhadora, querida por todos, que inicia uma investigação por meio de escutas
fato que a leva a um enorme esquema onde estão metidas pessoas do alto escalão
do poder. Paralelo a isso, ela descobre uma grave doença. Ela então se dedica a
esse último caso da carreira, tendo que conviver com a suspeita que cai sobre
ela após uma emboscada que presencia.
Em A Suspeita, há
uma tentativa de foco total nos conflitos da personagem quando essa descobre uma
doença e todo o cenário de escolhas que a levou até ali. Partindo dessa ideia, a
maneira como foi escolhida a forma de contar essa história (a montagem) acaba
deixando as peças embaralhadas nesse tabuleiro investigativo. Em termos
narrativos, não se torna tão eficaz como poderia. Quando passamos a entender
melhor os conflitos dessa forte personagem, principalmente tudo que ela abriu
mão de ter como família (marido, filhos) para se dedicar ao seu trabalho, o
filme cresce mesmo em cima de uma obviedade na conclusão do seu último caso da
carreira.
A Suspeita estreia
dia 16 de junho nos cinemas. Um drama existencial misturado com investigações
policiais. Não deixe de prestigiar o cinema brasileiro!