08/06/2022

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Crítica do filme: 'Um Broto Legal'


A trajetória e as escolhas de uma das primeiras artistas do rock brasileiro. O cenário musical brasileiro é tão vasto e tão fascinante que ao longo de todos esses anos algumas produções nos mostram histórias bastante curiosas sobre os caminhos desses artistas. Um Broto Legal segue nessa linha, nos apresentando mais profundamente o início, meio e parte do fim de uma grande cantora, Celly Campello, que emplacou logo de cara dois grandes sucessos que escutamos até hoje. Buscando em pouco mais de 90 minutos de projeção, nos mostrar o que antes era um sonho e logo vira um estrondoso sucesso na vida da jovem cantora, que ao lado do irmão Tony, conquistaram o Brasil entre as décadas de 50 e 60. A direção é assinada por Luiz Alberto Pereira que é de Taubaté, cidade onde Celly e Tony iniciaram seus primeiros passos na música.


O filme começa na década de 50, mais precisamente no ano de 1956, em Taubaté, onde conhecemos os irmãos Tony (Murilo Armacollo) e Celly (Marianna Alexandre), dois amantes da música que possuem um sonho em comum: fazer sucesso com suas canções pelo Brasil. Contando com o incentivo do pai e as desconfianças da mãe, Tony é a mola propulsora e desbravadora desse sonho e logo parte para São Paulo em busca de oportunidades. Sempre muito simpático e querido por todos, Tony consegue que ele e sua irmã assinem um contrato com uma gravadora. Paralelo a isso, Celly ainda se dedica aos estudos e começa a namorar. Quando um sucesso cantando por Celly chega as paradas de todo o Brasil, escolhas precisarão serem tomadas sobre o futuro da carreira na música.


De forma simples, objetiva, e com um certo carisma contagiante, Um Broto Legal se divide em mostrar o sonho se tornando realidade e depois as importantes escolhas que transformaram Celly em um furacão de poucos anos no estrelato. O núcleo da família é mostrado de forma leve e quase caricata, por meio dos diálogos percebemos como muitos pensavam sobre os artistas em décadas atrás, uma eterna e quase infundada desconfiança sobre o sonho de ser músico no Brasil. Tony, é uma figura chave na história, irmão dedicado e carinhoso, sempre lutou para que sua irmã tivesse as mesmas oportunidades que ele. O Tony da vida real, hoje com 85 anos, inclusive, ajudou a montagem do roteiro com várias histórias que se tornam base do que vemos na telona.


Nos arcos finais vemos o principal conflito da protagonista, como prosseguir ou não na carreira tendo seu grande amor ao lado. Ela que inclusive fora chamada para apresentar um programa (que ficou muito famoso depois) ao lado de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, optou quase pelo anonimato nos anos seguintes mas sem deixar sucessos como: Banho de Lua e Túnel do Amor, nos corações de todos que amam a música popular brasileira. Um Broto Legal estreia dia 16 de junho nos cinemas.