As repetições que dão certas em apenas alguns momentos. Buscando um novo capítulo na saga iniciada em 1996, a dupla Wes Craven (na direção) e Kevin Williamson (roteiro) voltam às telonas alguns poucos anos depois em Pânico 2. Querendo desenvolver ainda mais a franquia, após o enorme sucesso do primeiro filme, agora recheado de nomes conhecidos como: Heather Graham, Omar Epps, Jada Pinkett Smith, Liev Schreiber, Sarah Michelle Gellar, Joshua Jackson, Jerry O'Connell, o projeto caminha pela mesma estrada mas vai perdendo um pouco do fôlego (que também podemos chamar de surpresa) da primeira parte.
Na trama, após os acontecimentos do primeiro filme, dois
anos se passam, Sidney (Neve Campbell)
agora virou universitária e estuda teatro em uma faculdade norte-americana.
Gael (Courteney Cox) virou escritora
e seu livro mais recente é baseado nos fatos que ocorreram em Woodsboro,
inclusive virou filme. A questão é que alguém está buscando repetir os rastros
de terror e sangue com a famosa Ghostface fazendo com que Sidney e os
sobreviventes da matança de anos atrás se reúnam novamente.
Hello, Sidney! O roteiro, ainda feito na era do VHS,
novamente brinca com a indústria cinematográfica. As discussões sobre se as continuações
são melhores que o original chegam de maneira afiada, de Alien a Exterminador do
Futuro argumentos são levantados. Com mais personagens que aparecem, o
leque de suspeitos só aumenta a expectativa. As linhas afiadas de Williamson encostam
na metalinguagem para explorar a questão do herói, do protagonista, dos
elementos para se ter êxito em um produto ficcional. Há brechas para a despretensão
conhecida do uso dos clichês, climas de tensão mas também de arcos compridos
que pecam em congruências. A questão da fama, ambição, ainda sobrevivem através
de Gale e também de Cotton Weary, esse último que acaba tendo importante
participação.
Ao longo de duas horas, uma minutagem um pouco acima de Pânico (1), vamos revendo os
personagens sobreviventes, seus novos conflitos, arrependimentos, novas amizades
e principalmente a força motriz que é a busca pelo verdadeiro vilão.