O tempo e o universo especulativo de outras dimensões. Chegou ao catálogo da Netflix um seriado repleto de misteriosos acontecimento que envolvem um homem com um forte trauma no passado, uma mulher que embarca em uma jornada de descobertas sobre sua mãe biológica, uma seita mega macabra e um choque entre dimensões. Não é difícil comparar Arquivo 81 com algumas badaladas séries que usam da criatividade temporal/universo, da própria Netflix, principalmente com Stranger Things. Mas já adianto que Arquivo 81 busca seu próprio brilho. Ao longo dos densos 8 episódios da primeira temporada vamos sendo surpreendidos a cada nova descoberta. A produção executiva da série é assinada por dois grandes nomes: Rebecca Sonnenshine (que assina The Boys) e James Wan (baita cineasta).
Na trama, acompanhamos o jovem e com poucos amigos Dan (Mamoudou Athie), um arquivista e especialista
em resgate e manutenção de mídia antiga que um dia recebe um inusitado convite
do empresário Virgil (Martin Donovan)
para restaurar algumas fitas antigas. Para tal trabalho ele ganhará 100.000
dólares mas precisará trabalhar sozinho e em uma casa enorme situada em uma
região deserta próxima à Nova Iorque. Quando ele aceita o trabalho não
imaginava onde havia se metido e ele acaba embarcando em uma jornada
surpreendente onde vai contar com a ajuda de Mark (Matt McGorry), seu melhor amigo. Paralelo a essa história,
acompanhamos em outra linha temporal uma jovem chamada Melody (Dina Shihabi) que se muda para um
misterioso prédio, a partir do recebimento de uma carta, para documentar sua
busca pela mãe biológica que nunca conhecera. Esses dois mundos vão entrar em
choque e acontecimentos sinistros se sucederão.
O enredo não é tão fácil assim de começar a se situar, os
primeiros episódios são construídos numa linha detalhista que não engloba o
todo e sim foca nos seus protagonistas, fato que pode ser entendido para deixar
mais forte as reflexões na hora dos conflitos dos mesmos. A questão é que isso
provoca uma lentidão na narrativa, que não é problema se você conseguir
embarcar nos inteligentes detalhes que são deixados a cada episódio. Os personagens
são ótimos, nos colocam em um clima de tensão constante sem perder o mistério
que cada um deles provoca com as teorias que vamos criando a partir de tudo que
recebemos de informação.
Nos roteiros que envolvem teorias imaginativas para o campo
da ficção científica existem alguns caminhos que um produto audiovisual pode
tomar, sobre alguns deles: ser confuso de propósito pois isso preenche melhor a
busca pelos mistérios ou buscar as explicações logo de começo aos conflitos
pois isso não afasta o espectador em arcos mais longe da superficialidade. Em Arquivo 81 acontece um pouco dessas
duas situações o que provoca um equilíbrio na dose certa que não deixa de criar
o entretenimento para todos os públicos.