Talvez um dos filmes menos badalados da última seleção do Oscar de Melhor Animação, A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas é uma aventura empolgante que nos leva a diversos pontos de reflexão que vão desde os conflitos familiares até as ações e interações de diferentes gerações dentro do sempre atualizado universo da tecnologia. Um trabalho primoroso, dirigido pela dupla Michael Rianda e Jeff Rowe, que consegue a mágica de criar uma obra para toda a família. Vale o destaque também para o criativo créditos finais que mostra as famílias reais da equipe que faz parte desse filme.
Na trama, conhecemos a jovem Katie que está prestes a entrar
na universidade para seguir a tão sonhada carreira de cineasta. Ela sempre se
interessou pelo assunto e quase sempre posta vídeos em seu canal na internet
com o foco divertido mostrando muito das situações de sua família. Seu
relacionamento com o pai Rick está numa fase complicada, parece que ambos não
conseguem se entender. A mãe, Linda, tenta sempre que possível intervir para
que ambos se entendam. E nessa família, ainda tem o irmão de Katie, Aaron, um
jovem que adora dinossauros. Um dia, o mundo das máquinas, já recheada de
inteligência artificial, se rebela contra os humanos o que inusitadamente faz
com que a família Mitchell seja uma única fonte de esperança para a raça
humana.
Em quase duas horas de projeção, o longa-metragem com
técnicas de animação nos leva para os conflitos de uma família que está
passando pelos famosos embates de gerações, onde o diálogos acabam virando
constantes discussões e ninguém se entende. Katie, a grande protagonista dessa
história acaba sendo nossos olhos nessa empolgante aventura, uma jovem que tem
uma forte relação com o pai mas que nos últimos tempos vem se esfriando muito
por conta da falta de entendimento da nova fase dela aos olhos do paizão.
Quando o epicentro da trama acontece, a revolução das máquinas, muito do que
vemos é novas formas de Katie e Rick se comunicarem e assim reestabelecerem essa
relação. Muitas pessoas do lado de cá da telona poderão se identificar!
Na parte tecnológica as reflexões chegam na forma de crítica
em relação ao ego, a ambição, e ao consequente descontrole nessa interação
Homem x Máquinas. Mesmo não indo muito a fundo nessa questão, conseguimos
enxergar mensagens sobre o mundo de hoje, tão intenso e tão dinâmico e a
maneira como muitos lidam com a tecnologia em todos os lugares.
A Família Mitchell e
a Revolta das Máquinas chega para aqueles que gostam de ver um filme
divertido com toda a família, afinal, todos nós temos um pouco dos Mitchells em
nossos lares.