18/05/2022

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Crítica do filme: 'A Médium'


Tradições, cultura, espiritismo e os conflitos de uma família. Ambientada em uma Tailândia nos tempos atuais, dirigido pelo cineasta tailandês Banjong Pisanthanakun o mesmo do longa-metragem Espíritos - A Morte está ao Seu Lado, A Médium aborda a possessão e o medianismo além dos inúmeros conflitos de uma família que mora em uma vilarejo chamado Isan, na região nordeste da Tailândia. O medo aliado ao desespero se tornam uma só variável, constantes, dentro de um complexo drama existencial familiar movido à espíritos e toda a construção religiosa aos olhos dos moradores locais.

Com um começo no melhor estilo documentário, vamos navegando nas águas conflituosas de uma família, seus entendimentos sobre ancestrais e a centralização de um dom de uma poderosa médium Nim (Sawanee Utoomma) que reside em uma pequena comunidade. Após uma visita a outros parentes percebe que sua sobrinha Mink (Narilya Gulmongkolpech) pode estar sendo possuída por uma entidade maligna ancestral. A Médium pode ser enxergado de diversas formas e principalmente como a luta de uma mulher contra os horrores do inexplicável.


O filme embarca na investigação do que está possuindo Mink. Nim se vê também em conflito constante sem saber ao certo o que fazer para encontrar uma solução para a questão da sobrinha, fato que a faz enxergar de forma diferente para o próprio campo do espiritismo. Vamos assim vendo os embates entre as formas de enxergar as questões médiuns. Há a questões dos conflitos religiosos na própria família. Um exemplo disso: a mãe de Mink não aceita o espiritismo deixando mais essa variável em conflito para o presente da filha que sofre sem saber direito as razões. Essa questão na família sobre as várias formas de enxergar a religião acaba sendo um dos pontos altos com embates e reflexivos diálogos.


O uso da metalinguagem (pode-se afirmar que bebe da fonte de A Bruxa de Blair) acaba sendo primordial para um maior entendimento, de uma forma geral, dos acontecimentos que se seguem. As explicações que são dadas logo em seu início, acabam direcionando os olhos do público para o verdadeiro foco dessa engenhosa e sinistra trama que gera tensão e sustos. A narrativa se divide em duas linhas que são paralelas, as consequências e atos gerados pela possessão, e, em outra, buscando ter um foco agora em Mink e na sua família, guiados pela equipe de documentaristas começa-se uma frenética busca por explicações e também manifestações da jovem.


A Médium é um filme imprevisível, a cada passagem vamos sabendo de mais descobertas que vão desde verdades escondidas da família, até mesmo alguns contextos espirituais. O longa, que chega com exclusividade aos cinemas em maio, é um prato cheio para quem curte filmes de terror que vão além da superfície.