O refletir que passa por cima do moralismo. Sensação da última temporada no universo das séries, The White Lotus é um projeto fascinante quando pensamos nas reflexões sobre os aspectos humanos, no refletir sobre o caráter sob pontos de vistas completamente diferentes. Intrigante até o último minuto, esconde muito bem seus mistérios, muitos desses colocados de planos de fundo para um abre alas das profundezas argumentativas das individualidades da razão humana. A HBO Max inclusive já renovou para uma segunda temporada que serão no estilo antologia, onde personagens diferentes, em situações diferentes, exploram as mesmas temáticas.
Criada por Mike White,
The White Lotus nos leva para uma
fascinante jornada até um badalado hotel, caríssimo, que fica no Havaí. Nossos
olhos são alguns personagens que chegam até o local em um barco disponível
apenas para os hóspedes vips. Assim, conhecemos uma família que beira ao disfuncional,
uma solteirona carente e com muitos problemas emocionais que tem como objetivo
jogar as cinzas da mãe no mar, um casal que acabara de se casar e vai passar
parte da lua de mel no hotel. Esses completam um lado da história que tem seu
complemento com a visão dos funcionários do hotel sobre todas as curiosas
situações que acontecem durante o tempo desses vips no lugar, principalmente o
gerente do hotel e a administradora do SPA aberto para clientes do hotel.
Desde o primeiro episódio sabemos que alguém morre mas isso
nem é 1% de interessante quando pensamos na profunda análise comportamental que
é proposta. Na verdade essa é uma informação que você esquece até o último dos
seis episódios dessa primeira temporada já toda disponível na HBO Max. Nada é
tabu aqui nessa estrada de conflitos que mostra lados profundos de
personalidades distantes umas das outras. Assim vamos vendo uma ampla análise
da estrutura social em forma de crítica onde cada peça acaba preenchendo seu
espaço dentro do universo das questões morais.
Dentro das subtramas acompanhamos algumas batalhas entre hóspedes
e os funcionários, conflitos esses que nos levam para embates sociais e um
paralelo interessante de alguns personagens que chegam ao estopim exatamente
nesse resort tropical. Esses arcos conclusivos dos personagens e a maneira como
chegam até eles levam o espectador em uma gangorra de emoções entrando a fundo
em um casamento que tá na cara que não vai dar certo, um casal em crise após 20
anos juntos, um descontrolado gerente que acaba sendo interseção de muitos
desses conflitos chegarem ao seu clímax, entre outras situações.
The White Lotus abre
uma janela enorme com a realidade, mostrando em alto e bom tom uma sociedade
destruída emocionalmente, confrontando o espectador a cada cena sobre se existe
um medidor sobre o que é certo ou errado.