Um homem e sua história contra o mal. Inspirado em memórias do padre Gabriele Amorth, ex-exorcista chefe do vaticano, o novo longa-metragem estrelado pelo ganhador do Oscar Russell Crowe, O Exorcista do Papa, explora o propósito de uma vida com uma narrativa que se coloca em cima do duelo na própria igreja católica no que considera ou não um exorcismo, além de trazer ao público um peculiar caso de seus milhares de esconjuros. Passando também por interpretações de supostos segredos da vaticano, o longa-metragem dirigido pelo cineasta australiano Julius Avery desenvolve bem seu protagonista mas com um roteiro que parece andar em círculos.
Na trama, conhecemos o padre exorcista Gabriele Amorth (Russell Crowe), um ex-jornalista e
advogado que foi um combatente de um grupo que lutava contra os fascistas em
pleno território italiano durante a Segunda Guerra Mundial. Mão direita do Papa
(Franco Nero) para esses casos
extremos, Gabriele, à bordo de sua estilosa lambreta, é designado para resolver
uma possível possessão de um menino estrangeiro, que chegou à Europa com a mãe
e a irmã pois a família herdou do falecido pai um enorme castelo bastante
conhecido pelas altas autoridades do vaticano. Contando com a ajuda de uma
padre da região, Esquibel (Daniel
Zovatto), Gabriele fará de tudo para conseguir êxito em mais esse terrível
caso.
Se o mal não existe, qual o papel da igreja? Responsável por
expulsar espíritos malignos dos outros, o exorcista tem a função, muitas vezes não
reconhecida, por isso embates dentro da própria igreja católica, sobre o que é
ou não exorcismo, são chamas que se acendem em alguns momentos da trama mesmo
com resoluções simplistas. Pecados e traumas do passado são argumentos que
pesam nas validações de Gabriele que acredita que um trauma pode ser uma
conexão. Primeira vez estrelando um filme de terror na vasta carreira, e desfilando
seu italiano fluente, o neozelandês Russell
Crowe é o protagonista dessa história que busca a tensão a todo instante.
Seu personagem é um intrigante e até mesmo debochado homem que precisa também enfrentar
seus pecados do passado.
Ideia x realidade. A narrativa derrapa no desenvolvimento da
história quando busca acelerar para seu clímax deixando inúmeras pontas soltas
principalmente sobre a ligação do castelo onde a família vai morar e segredos
escondidos ali pelo próprio vaticano. A teoria da conspiração que se propõe a
desvendar, cai por terra com explicações rasas. O roteiro anda em círculos,
parece emitir a mesma mensagem várias vezes, deixando apenas o choque das cenas
de possessão criarem uma atmosfera de tensão.
Sinal aberto para uma franquia? Com um final aberto, o
projeto se posiciona como o início de possíveis sequências mas isso, sabemos,
precisa-se saber o resultado de bilheteria.