Quando a emoção atinge níveis constantes, estando em todo o lugar. Escrito e dirigido por James Gunn, o grupo de super heróis mais carismáticos das galáxias chega com altas cargas de tensão e emoção para uma última dança, um último objetivo juntos, em uma trama que explora as origens de uma das mais importantes peças de um tabuleiro carismático que soube conquistar o público desde o primeiro filme. Ao longo das quase duas horas e meia de projeção, percorremos juntos com os heróis, em meio a dilemas e lembranças dolorosas, uma aventura que vai ficar nas memórias de muitos. A sempre poderosa trilha sonora costura a narrativa de maneira empolgante. O roteiro, mesmo batendo em teclas batidas, consegue sopros de genialidade tocando o coração de todos. Vai ser muito difícil se despedir desses personagens.
Na trama, voltamos a encontrar os mais desajustados heróis
do Universo Cinematográfico da Marvel que buscam criar raízes em ‘Lugar Nenhum’,
um lugar onde estavam descansando de batalhas, um porto seguro longe dos agitos
de outrora. Só que tudo isso muda quando Rocket (Bradley Cooper) é atingindo gravemente por uma ação impensada de
Adam Warlock (Will Poulter) e seu
grupo, fazendo com que Peter Quill (Chris
Pratt), ainda abalado pela perda de seu grande amor, e cia embarquem em uma
missão para encontrar a solução para tirar o grande amigo dessa enrascada.
Passeando por novos lugares, até mesmo uma ‘contra terra’, o grupo aos poucos
percebe que essa pode ser a última aventura deles como um time.
Começo, meio e fim. Lançado seis anos depois do segundo
filme (um hiato considerável), o trigésimo segundo filme do rentável e aclamado
Universo Cinematográfico da Marvel, foca sua narrativa nas lembranças
dolorosas, não só de Rocket mas de todos os guardiões ao mesmo tempo que novas
descobertas deixam o grupo em dilemas existenciais. O valor da amizade, as
estradas sempre com obstáculos das segundas chances, o campo de reflexão nesse
projeto alcança vários caminhos como se cada personagem conseguisse contribuir
com a explosão de emoção que vemos em cada cena.
Eu gostaria de ser especial. Que diabos estou fazendo aqui? Eu
não pertenço a este lugar. A peça mais importante e que percorre toda essa
jornada são as indagações sobre pertencer a um lugar. Conhecendo mais
profundamente o passado de Rocket (impossível não se emocionar) percebemos que
não só ele mas todos os outros integrantes, de alguma forma, estão em dilemas
sobre tudo que viveram até ali e quais seriam os próximos passos de suas
trajetórias.
Com direito a alusão à Arca de Noé, um confronto em um
planeta que é um espelho peculiar da terra, os paralelos da necessidade de
alcançar a perfeição (aqui muito na visão do vilão, o Alto Evolucionário), Guardiões da Galáxia - Vol. 3 é
recheado de cenas de ação sem perder seu clássico humor regado nas canções
(agora atualizadas) que dizem muito sobre as linhas do roteiro. Esse, pode ser
considerado um dos melhores filmes de toda UCM, com toda certeza. Pulsante,
emocionante, inesquecível.