De 19 a 24 de junho o mundo dos amantes do cinema brasileiro se voltou para a histórica cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, onde a realização do CINEOP 2024 aguardou o público com programações totalmente gratuitas. Completando quase duas décadas de um brilhantismo em sua realização, atividades e curadoria, a Mostra de cinema de Ouro Preto reuniu em 2024 um leque com mais de 150 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens, além e debates e oficinas, unindo todos que amam a sétima arte.
Além da temática de preservação, já com o pioneirismo
conhecido, nesse ano o evento trouxe para seu epicentro um recorte profundo,
atual e histórico, do cinema de animação no Brasil. Esse inclusive foi um dos
focos do Guia do Cinéfilo, que fez a cobertura desse ano pela primeira vez. Ao
longo dos dias de evento, organizados pela excelente equipe da Universo
Produções, estivemos presentes em muitas sessões de curtas-metragens de
animação além de alguns longas-metragens documentários, foram ótimas as mesas de
debates com realizadores e coletivas de imprensa.
Abaixo uma pequena entrevista com Nara Normande, animadora e
cineasta brasileira que falou da importância desse evento o foco na animação:
Sobre os curtas-metragens, abaixo um pouco do que achamos de
alguns desses trabalhos exibidos no CINEOP:
Pororoca de Fernanda Roque e Francis Frank
Curta mineiro aborda dilemas e paralelos com o maior dos
sentimentos através do encontro de um peixe boi e uma baleia. Com várias frases
de efeitos, como: Amor com fronteira não é amor. Traz em sua construção visual
deslumbrante uma visão positiva sobre Conflitos e seguem reflexões sobre as
possibilidades dos personagens num encontro do rio e do mar, da água doce e
salgada.
Curacanga
Baseado num mito popular, o curta baiano Curacanga Nos leva
até o vale do corrente onde encontramos um amor que logo se une a uma tragédia,
uma condição. A ausência de cores fortes mostra o frio e o gelado dos
sentimentos conflitantes. A estética conversa com o discurso sempre com um tom
fúnebre.
Lulina e a Lua
Curta paulista de Alois do Léo e Vinícius Vasconcelos nos
joga de forma rica e poética para os primeiros passos da imaginação que logo
ganha asas através de um fato revelado no final do filme. Os mistos de
sentimentos, com o foco no enfrentar os medos, se transformando em uma
brilhante narrativa que encontra sentidos também no lúdico.
Dona Beatriz Ñsîmba
Vita
Curta mineiro, exibido também no festival de Sundance nesse
ano, nos leva para uma história impactante, visualmente impactante que nos leva
para reflexões sociais através de uma personagens e sua reprodução de clones.
Um filme que fica na memória por muito tempo.
Dona Biu de Gabriela Taulois
Esse curta do Rio de janeiro aborda as memórias, a cura, a fé, sob o ponto de vista de uma narradora que transborda emoção e espontaneidade. Esse detalhe, da narradora ser tão presente é um trunfo mesmo que a narrativa não alcance grandes profundidades.
A sua imagem na minha
caixa de Correio de Silvino Mendonça
Criativo, emotivo, com um ar nostálgico cinéfilo, esse
curta-metragem do distrito federal é uma verdadeira pérola. Dividido em três
partes complementares, e dirigido por Silvino Mendonça, partimos de curiosas
trocas de cartas entre leitores de uma famosa revista sobre cinema pra quem já
curtia essa arte antes da internet chegar com força. Passando pelos movimentos
de Fã clubes, estaciona de forma construtiva no olhar para uma certa solidão e
necessidade de compartilhar o mesmo gosto. A narrativa bem bolada, amplia a
linguagem, investe no decifrar personalidades e estados de espíritos a partir
do fascínio pela sétima arte. Um filme que vai abrir um leque de possibilidades
para reflexões.
Com sessões especiais no Cine Praça, um lugar com uma tela à
céu aberto e com mais de 500 lugares, também no confortável Cine Teatro do
Centro de Arte e Convenções, o CINEOP marcou mais um capítulo de sua grande
história. Não perca nossa cobertura completa pelo Instaram do Guia, e
principalmente pelos stories onde deixamos uma aba especial com alguns resumos
de todos os dias do CINEOP 2024.
Ouro Preto, amamos! Até ano que vem se Deus quiser!