30/11/2024

Crítica do filme: 'Submissão'


Tentando implementar um suspense sensual em meio a um retrato melancólico de um drama familiar o suspense Submissão caminha de forma desordenada pela redundância, se distanciando do discurso. Dirigido por SK Dale e protagonizado por Megan Fox, a produção que estreou na Prime Video nesse segundo semestre de 2024 é uma junção de peças sem sentido que nos levam até o caminho do desinteresse.

Na trama conhecemos Nick (Michele Morrone), um pai de família que vive um presente conturbado precisando cuidar dos dois filhos pequenos e com a esposa Maggie (Madeline Zima) precisando de um transplante de coração pra sobreviver. Para ajudá-lo no seu cotidiano, ele compra uma robô, Alice (Megan Fox). Aos poucos vai percebendo que essa escolha pode trazer muitos perigos para sua família quando a inteligência artificial começa a descobrir atualizações em seu sistema.

As questões sociais e os impactos da implantação da tecnologia é um tema recorrente no mundo do cinema. Por aqui ganha foco na questão da substituição de humanos por máquinas. Usuário principal, protocolos, sistemas em conflitos, rebelião de IA, há uma tentativa de imersão nesse universo e os contrapontos que atingem a sociedade. A questão é que sem a profundidade necessária, o projeto não encontra camadas, se tornando refém de chamativas cenas sensuais para gerar um clímax sem criatividade.  

A tecnologia como negócio, com as grandes corporações fazendo uso da inteligência artificial via robôs programados para fazerem tudo parece ser uma linha que busca juntar os pedaços dessa narrativa sonolenta, previsível, que se perde ao tentar unir a isso o forte drama familiar instaurado. A questão mais evidente que percebemos é que tinha elementos que poderiam serem melhor explorados. É como se a história estivesse lá mas a narrativa não acontece.

Logo alcançando o top 1 da Prime Video, Submissão (Subservience, no original) é um passatempo pouco criativo que busca chamar a atenção no ardente conflitante de um pai juntando os cacos de um presente caótico com cenas pouco inspiradas de máquinas em busca de atualizações para terem autonomia. Muito pouco para agradar.