O trauma e o recomeço. Batendo na tecla de que a arte do recomeçar pode ser algo que venha algumas vezes ao longo de uma vida, no início dos anos 1990, um profundo drama chegou aos cinemas unindo as facetas do amor com as ultrapassagens por caminhos espinhosos de um passado em eterno conflito. O Príncipe das Mares é antes de mais nada uma jornada encantadora com lições por todos os lados.
Indicado para sete Oscars, o longa-metragem estrelado e
dirigido por Barbra Streisand nos leva até a história de Tom (Nick Nolte) um treinador de futebol americano
desempregado que vive com a esposa e as três filhas numa casa de frente pro
mar. Quando sua irmã tenta se suicidar, ele embarca para Nova York e lá acaba
conhecendo a psiquiatra dela, Susan Lowenstein (Barbra Streisand), com quem descobre mais sobre si mesmo e vive um
intenso amor.
Baseado na obra homônima do escritor norte-americano Pat
Conroy esse é um daqueles filmes onde o trauma de toda uma vida se torna um
alicerce para uma enxurrada de emoções. De peito aberto para se reinventar, o
protagonista interpretado por Nolte é um homem comum em conflito. Parece algo
fácil para se transformar em um filme mas não é não! O desenvolvimento desse
personagem caminha a todo instante com o discurso do reinventar, transformando
as mais de duas horas de projeção em um enorme embate dentro do mundo das
emoções.
O papel de Barbra, chega como um ponto de encontro perfeito,
um casamento entre opostos que se atraem mas que por circunstâncias da vida por
não ter se encontrado no tempo certo. Quer algo mais realista que isso?! Por
meio das dores e segredos, uma porta se abre através do amor, um peça que
faltava para toda uma engrenagem voltar a funcionar.
As lições por aqui são inúmeras. A narrativa contemplativa
de O Príncipe das Mares girando em
torno desse protagonista absorvido por seus traumas – de mãos dadas com a
melancolia – abre ao público inúmeras formas de se encontrar com essa história.
Pra quem curte psicologia, esse filme deve ser um prato cheio.