Todo dia é aparentemente comum na rotina de qualquer escola. Em ‘Elefante’ esse dia-a-dia é quebrado por atos de violência inesperados feitos por dois estudantes. É uma fita curta, intensa, que possui uma dinâmica incomum em filmes do gênero.
Com o tom centrado e criando expectativa a cada cena, Gus Van Sant, consegue passar para o espectador todo o terror daquele momento, por todos os ângulos em que a trama é enquadrada.
Um a um, alguns personagens são mostrados, por meio de suas visões dos fatos. O simpático John, veste uma camisa amarela com um animal no meio, chega ao seu colégio por meio inusitado, uma carona perigosa de seu pai alcoolizado, que o leva direto para a direção (por conta do atraso), anda pela sua escola cumprimentando todos os seus colegas, é um dos primeiros a perceber que aquele dia terminaria mal. Vemos depois Elias, um aspirante a fotógrafo, que se relaciona bem com todos os seus colegas. Michelle, uma jovem que sofre com Bullying praticado por muitas colegas, principalmente nas aulas de educação física. Também acompanhamos mais de perto um casal de namorados que gera certa inveja de alguns alunos e finalmente a dupla de jovens que serão os responsáveis por atos que geram a lamentação de todos. Assim, temos alguns encontros, que vão formando o quebra-cabeça que Van Sant quer associar à tragédia.
A câmera é um dos detalhes mais importantes, tornando um grande trunfo do longa. A experiência e a criatividade do diretor, praticamente, nos grudando aos personagens, passa uma perspectiva diferente. Conseguimos sentir cada sofrimento diferente de cada um dos envolvidos na história.
Um filme forte que deve ser visto e revisto. Com certeza, deve gerar inúmeras palestras e estudos de educadores nas áreas de educação e psicologia, das escolas e universidades.